Londres – Como resultado da eficiente  “Operação London Brigde”, plano criado há 30 anos para os funerais da rainha Elizabeth com uma sequência de 10 dias de atividades, os jornais e TVs britânicos seguem concentrados na cobertura da morte e da sucessão por Charles III. 

Nas TVs, redes sociais e nas capas dos jornais desta quarta-feira, o tom emotivo continuou dominando.

O destaque foi o registro da chegada do caixão com o corpo de Elizabeth II ao Palácio de Buckingham.

https://twitter.com/RoyalFamily/status/1569772777057443851?s=20&t=DToHRP23pZh0MZHcqxvRXA

Embora a rainha tenha morado no Castelo de Windsor nos últimos anos, a propriedade simboliza o coração da monarquia. A mídia tratou a chegada como “a última noite em casa”. 

Nesta quarta-feira (14) exatamente às 14h22 (horário local), um cortejo que novamente reunirá os príncipes William e Harry junto com o rei Charles deixará o palácio em direção à sede do Parlamento. 

O horário tem uma explicação: o trajeto leva 38 minutos, e assim a rainha deve honrar a pontualidade britânica e chegar ao Palácio de Westminster pontualmente às 15h. 

Uma multidão tomou as ruas de Londres na noite de terça-feira, sob chuva, para ver a passagem do carro com o caixão de Elizabeth II. 

As emissoras de TV continuam transmitindo seus telejornais de estúdios montados diante do Palácio.

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Reprodução

Alguns âncoras e repórteres se referem a esse período da rainha em Buckingham quase como se ela estivesse viva, com comentários como “ela está lá no Bow Room, de onde ‘pode ver’ os jardins onde tantas vezes foi saudada pelo povo”. 

A volta para casa da rainha Elizabeth nos jornais 

Diferentemente dos outros dias desde que a rainha Elizabeth morreu, em 8 de fevereiro, hoje os jornais não publicaram a mesma foto na capa.

Mas a maioria continuou dedicando todo o espaço à rainha e ao rei Charles, que ontem visitou a Irlanda do Norte para homenagens à mãe. 

Em um caso, a notícia não foi favorável para o novo rei, que ontem ‘conquistou’ o segundo vídeo viral de seu curto reinado, ao se irritar novamente com uma caneta. 


O The Guardian publicou uma notícia exclusiva sobre a provável demissão dos funcionários da Clarence House, antiga residência do rei. 

Como ele deve passar a viver em Buckingham e já existe um séquito de funcionários que serviam à rainha, os atuais servidores – de assessores a empregados domésticos – deixam de ser necessários.

The Guardian jornais britânicos morte rainha Elizabeth cortejo Londres Reino Unido

Ainda assim, os que foram avisados de que perderão o emprego durante uma cerimônia religiosa em memória da rainha Elizabeth não gostaram, segundo o jornal. 

A chamada do jornal é “Raiva depois que funcionários são informados de que podem ser demitidos”. A revelação foi mais destacada no site do jornal e reproduzida (com mais discrição) em vários veículos. 

Além de optar por outro assunto em sua manchete principal (a legislação sobre fast-food), o Guardian foi mais objetivo em sua cobertura dos eventos em torno da rainha, salientando as filas de cinco milhas esperadas para quem quiser se despedir de Elizabeth II. 


O mesmo fez o jornal Financial Times, que segue com sua primeira página normal e noticiou os preparativos para o cortejo do caixão com o corpo da rainha Elizabeth hoje. 

Financial Times jornais britânicos morte rainha Elizabeth cortejo Londres Reino Unido


O tom foi o oposto nos outros principais jornais do país, com manchetes em que a palavra “casa” foi várias vezes empregada no registro da chegada do corpo de Elizabeth II a Buckingham. 

O jornal  The Sun escolheu o momento exato em que o carro como caixão atravessou os portões e a chamada “Welcome Home Ma’Am” (Bem-vinda à casa, senhora). 

O The Sun jornais britânicos morte rainha Elizabeth cortejo Londres Reino Unido


O mesmo fez o jornal i, com o título “A rainha volta para casa”. A foto escolhida registra o público que acompanhou a chegada fotografando e filmando o momento.

Mas um dos subtítulos fala da dispensa dos funcionários do rei Charles, sinalizando que sua vida com a mídia pode não ser tão fácil como foi a da mãe. 

i jornais britânicos morte rainha Elizabeth cortejo Londres Reino Unido


O tabloide Daily Mail foi outro que usou a foto do carro cruzando os portões, e a manchete “Em casa para a sua família”. 

No alto, o colunista Robert Hardman pede mudanças no protocolo para permitir que mais súditos se despeçam da rainha Elizabeth. 

Daily Mail jornais britânicos morte rainha Elizabeth cortejo Londres Reino Unido


Pela primeira vez desde a morte da rainha Elizabeth, o jornal conservador Daily Telegraph reservou o rodapé de sua capa para notícias sobre outros assuntos. 

A foto é praticamente a mesma do jornal i, de um ângulo que mostra os súditos fotografando a chegada ao Palácio de Buckingham, com a manchete “A volta para a casa final”. 

Daily Telegraph jornais britânicos morte rainha Elizabeth cortejo Londres Reino Unido


O Daily Mirror usou poesia para sua manchete, que em tradução livre seria “Conduzida para casa pelas luzes do amor”. 

O Daily Mirror jornais britânicos morte rainha Elizabeth cortejo Londres Reino Unido


O jornal Metro igualmente selecionou a foto da chegada do carro com o caixão da rainha Elizabeth a Buckingham, mas de outro ângulo visual. 

E foi o único a destacar o que promete ser a imagem do dia de hoje: os príncipes William e Harry novamente juntos no cortejo fúnebre da avó, lembrando momento parecido quando escoltaram o caixão da mãe, Diana, há 25 anos. 

Metro jornais britânicos morte rainha Elizabeth cortejo Londres Reino Unido


O jornal The Times optou por uma imagem do desembarque do caixão de Elizabeth II, e destaca “a última noite no Palácio”, infernando que a família estava aguardando a chegada do corpo. 

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