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‘Guns in America’: CNN anuncia programa de análises e debates sobre posse de armas nos EUA

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Josh Campbell vai comandar novo segmento sobre armas nos EUA para a CNN (Foto: Reprodução/YouTube)

Dois anos antes da próxima eleição presidencial nos EUA, que deve ter a discussão sobre a posse de armas como um dos temas principais da campanha, a CNN anuncia um novo programa que vai analisar um dos tópicos mais delicados para os norte-americanos.

O “Guns in America”, comandado por Josh Campbell, jornalista especializado em Armas e Segurança da emissora, terá reportagens exclusivas e análises para confrontar diversos pontos de vista sobre a questão do armamento no país.

A iniciativa é arriscada para o canal a cabo, já que, ao se antecipar a debater um ponto-chave para o ex-presidente Donald Trump – que está processando a CNN por difamação – e seus apoiadores, pode provocar a ira dos republicanos e inflamar ainda mais a discussão acerca do tema.

CNN reúne especialistas em armas para novo programa

O debate sobre a posse de armas nos Estados Unidos ganhou ainda mais força em 2022 após o massacre em Uvalde, nos Texas, que resultou em 21 mortes em maio.

Apenas este ano o país registrou mais de 30 ataques semelhantes. Mais o mais mortífero deles continua sendo o da escola primária Sandy Hook, em 2012, que deixou 26 mortos, e que ilustra bem a controvérsia em torno da questão das armas. 

Há duas semanas, o teórico da conspiração Alex Jones foi condenado a pagar uma indenização de US$ 965 milhões (R$ 5,1 bilhões) a um agente do FBI e a oito famílias de crianças vítimas do massacre.

Depois do tiroteio, ele afirmou repetidas vezes em seu programa de rádio Infowars que a tragédia havia sido obra de ativistas que defendem o controle de armas, utilizando atores parar criar as cenas a fim de sustentar a necessidade de mais controle. 

Com o assunto em evidência e os crescentes apelos de figuras públicas e políticos pelo controle de armas, a equipe do “Guns in America” da CNN terá como objetivo “explorar quem compra e vende armas; quem produz e regula; e mergulhar nas comunidades mais impactadas para destacar possíveis soluções para a epidemia de violência armada nos Estados Unidos.”

O programa será conduzido pelo jornalista Josh Campbell, que se juntou à emissora após trabalhar como agente especial de supervisão do FBI. Em 2021, ele ganhou um Emmy pela cobertura do assassinato de George Floyd.

Campbell também integrou a equipe da CNN que recebeu, em 2020, o Prêmio Alfred I. duPont-Columbia pela cobertura em Istambul sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi.

O “Guns in America” terá os comentários de Stephen Gutowski, fundador do site sobre armas de fogo Reload; Jennifer Mascia, jornalista e fundadora da ONG The Trace, que monitora a violência armada nos EUA desde 2015; e Abené Clayton, repórter do projeto “Guns and Lies in America”, do jornal The Guardian.

O programa faz parte das iniciativas anunciadas no início deste ano pelo presidente e CEO da CNN, Chris Licht. Em um memorando para a equipe em que anunciou novidades na grade, ele disse: 

“A CNN está em uma posição única para promover discussões políticas informadas neste espaço e ajudar a iluminar possíveis soluções para a epidemia de violência armada nos Estados Unidos.”

Licht foi indicado para o cargo depois da saída de Jeff Zucker, em fevereiro. Ele pediu demissão ao revelar um relacionamento secreto que mantinha com a vice-presidente executiva e diretora de marketing da emissora, Allison Gollust. Ela também renunciou.

Ambas as saídas resultaram de uma investigação interna que começou quando o âncora do horário nobre Chris Cuomo foi demitido em dezembro passado.

Na ocasião, a WarnerMedia disse que uma investigação encontrou “violações das políticas da empresa, incluindo os padrões e práticas de notícias da CNN, por Jeff Zucker, Allison Gollust e Chris Cuomo”.

A má fase da CNN é também financeira. Em agosto, um projeções da agência de classificação de risco S&P Global Market Intelligence apontou que pela primeira vez em seis anos, a CNN deve lucrar menos de US$ 1 bilhão, refletindo a perda de audiência e os investimentos na plataforma de streaming CNN+, descontinuada um mês após o lançamento. 

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