‘Jornalismo vive’ é o tema do tradicional Prêmio Gabo em 2023, promovido pela fundação criada pelo jornalista e escritor colombiano Gabriel García Márquez.
As inscrições estão abertas até 22 de março em cinco categorias: Texto, Imagem, Áudio, Fotografia e Cobertura.
Nesta 11ºa edição do concurso serão aceitos trabalhos publicados em português ou espanhol entre 7 de junho de 2022 e 21 de março de 2023. As inscrições são gratuitas.
Além dos vencedores, a edição deste ano volta a premiar os três finalistas de cada categoria. Os 5 vencedores do 11º Prêmio Gabo vão receber 35 milhões de pesos colombianos (cerca de R$ 39 mil ) e o prêmio para cada finalista será de 8 milhões (por volta de R$ 8,8 mil).
O jornalismo vive
O tema escolhido para o Prêmio Gabo de 2023 é parte de um esforço da Fundação Gabo para reconhecer e dar destaque ao jornalismo de excelência feito na América Ibérica, valorizando trabalhos de mídia que avançam em meio a ameaças, ataques e críticas.
Em um momento que campanhas de desinformação e ataques a jornalistas contribuem para o enfraquecimento da democracia na América Latina, a Fundação criada por Gabriel García Márquez há 28 anos quer reivindicar o direito à liberdade de expressão, assim como o direito ao acesso à informação, e contribuir com a construção de uma cidadania ativa.
Inscrições abertas
Os trabalhos inscritos serão premiados em cinco categorias:
- Texto: para o autor ou autores do melhor trabalho de jornalismo escrito.
- Fotografia: Para o autor ou autores do melhor trabalho de cobertura fotográfica.
- Áudio: para o autor ou autores do melhor trabalho de jornalismo sonoro.
- Imagem: para o autor ou autores do melhor trabalho jornalístico em formato de audiovisual, vídeo, animação ou outras formas de visualização digital.
- Cobertura: para o autor ou autores do melhor trabalho sobre notícias, investigações, e temas da atualidade em qualquer tipo de plataforma ou linguagem.
Nesta décima primeira edição, o Prêmio Gabo retoma a nomeação de finalistas.
Cada categoria – Texto, Fotografia, Áudio, Imagem e Cobertura – terá três finalistas e um vencedor, que vão receber um reconhecimento durante o Festival Gabo 2023, programado para acontecer entre os dias 30 de junho e 2 de julho, em Bogotá, Colômbia. As inscrições são gratuitas.
Como será a escolha dos vencedores do prêmio de jornalismo em 2023?
Todos os trabalhos que se inscrevam e cumpram com as regras da premiação serão submetidos a um processo de julgamento e avaliados por um júri internacional composto por jornalistas de prestígio (em 2022, participaram 62 jurados, que avaliaram 1.980 trabalhos).
Depois das rodadas de avaliação, o júri escolherá 10 nomeados por categoria e, entre esses, três finalistas e o vencedor de cada uma.
O júri levará em conta aspectos como inovação e originalidade na forma de contar histórias e se dirigir ao público, qualidade narrativa e o rigor no tratamento dos fatos, investigação própria para desentranhar fatos ocultos ou compreender processos complexos, a independência e os valores éticos dos trabalhos, assim como o impacto obtido depois da publicação dos trabalhos.
Os finalistas das cinco categorias serão convidados, com todos os gastos pagos, ao Festival Gabo 2023 e vão receber como prêmio 8 milhões de pesos colombianos.
Os vencedores, por sua vez, vão receber 35 milhões de pesos colombianos, um certificado, e um exemplar da escultura “Gabriel”, criada pelo artista colombiano Antonio Caro.
Inscreva-se aqui para o Prêmio Gabo 2023.
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Os vencedores do prêmio de jornalismo em 2022
Em 2022, o Prêmio Gabo recebeu 1.980 inscrições, também em cinco categorias, e tinha como slogan a frase “O bom jornalismo vê o que realmente importa”.
Na categoria Áudio, o vencedor foi ‘La Segunda Muerte del Dios Punk’, do podcast argentido Erre Podcast, da Radio Universidad del Rosario, produzido por Nicolás Maggi, Martín Parodi e Juan Ignacio Isern, Santiago Sietecase e Yemina Paz Menis.
O podcast conta a história de um jovem músico punk com problemas mentais que foi cancelado nas redes sociais por uma acusação falsa e, logo em seguida, se matou.
Em Fotografia, o vencedor foi a Associated Press (AP), dos Estados Unidos, com um ensaio de Rodrigo Abd intitulado ‘El dolor silencioso de Ucrania’, com imagens da cobertura das primeiras semanas da guerra.
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Em Texto, o Rosario3, da Argentina, venceu com a reportagem ‘El polizón y el capitán’, de Ricardo Robins, sobre duas histórias paralelas de passagens infiltrados em barcos.
Na categoria Imagem, venceu ‘Reportagem multimédia em Andriivka. Radiografia de uma aldeia sob ocupação russa durante 30 dias’, do jornal português Observador, sobre a ocupação russa no povoado ucraniano de Andriivka. O reportagem é assinada por João Porfírio, Carlos Diogo Santos, Miguel Feraso Cabral, Catarina Santos e Ana Moreira.
Em Cobertura, o vencedor foi o especial ‘No fue el fuego’, da Agencia Ocote, da Guatemala, sobre o incêndio do Lar Seguro.
O material foi produzido por Alejandra Gutiérrez Valdizán, Carmen Quintela Babio, Daniela Rea, Melisa Rabanales, Jody García, Rosario Lucas, Verónica Orantes, Lucía Reinoso, Julio Serrano, María José Longo, Fernanda Gándara Marchant, Jimena Pons Ganddini, Victoria Bouloubasis, Mónica Wise Robles.
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Brasil entre os finalistas de 2022
O Brasil não teve nenhum vencedor em 2022, mas vários trabalhos ficaram entre os 50 finalistas da ediçao passada.
Na categoria Texto, foi selecionada a reportagem ‘A máquina oculta de propaganda do iFood’, de Clarissa Levy, da Agência Pública.
Em Cobertura, três trabalhos entraram na lista: a reportagem ‘O negócio da repressão’, feito em colaboração por diversos veículos; o ‘Pastores controlam agenda e liberação de dinheiro no Ministério da Educação’, de André Shalders, Julia Affonso, Vinícius Valfré, Felipe Frazão e Breno Pires, do Estadão; e ‘Poderes no santos, série que mostra os lobbies e estratégias fundamentalistas contra a agenda de direitos na América Latina’, feita por veículos da região, incluindo a Agência Pública.
Em Imagem, foram finalistas: ‘Gênero: feminino, série documental sobre a violência contra a mulher no Brasil’, da Folha de S.Paulo; ‘Juquery – Lugar Fora do Mundo’, documentário sobre violações de direitos humanos no hospital psiquiátrico Juquery, de Alex Tajra e Peter Marum, da GloboNews; e ‘O Caso Prevent Senior’, da TV Globo.
E, em Áudio, os finalistas brasileiros foram ‘A República das Milícias’, de Rádio Novelo e Globoplay; ‘Habitat’, da Folha de S.Paulo; e ‘A Vida Secreta de Jair’, do UOL.
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