Londres – Um dia depois de voltar às manchetes por mais uma onda de demissões no Twitter em crise financeira, o bilionário Elon Musk teve uma boa notícia: voltou ao topo da lista das pessoas mais ricas do mundo no ranking divulgado nesta terça-feira (28) pela Bloomberg.
O Bloomberg Billionaires Index estimou o patrimônio líquido do empresário em US$ 187,1 bilhões, deixando novamente para trás o francês Bernard Arnault, dono do conglomerado de artigos de luxo LVMH, que o tinha superado em dezembro mas agora tem US$ 2 bilhões a menos na conta.
Entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, a riqueza do proprietário do Twitter havia caído mais de US$ 200 bilhões, uma das maiores perdas da história, levando-o ao Guiness de recordes.
Leia também | Elon Musk entra para o Guinness como recordista histórico de perda de fortuna pessoal
A compra do Twitter por US$ 44 bilhões foi apontada por analistas na época como uma das razões para a queda no valor das ações da montadora de carros elétricos Tesla, principal negócio de Elon Musk.
O empresário parecia mais interessado em gerir diretamente a plataforma e em controvérsias como reabilitar contas de figuras públicas banidas por fake news e discurso de ódio, como Donald Trump.
No entanto, desde 6 de janeiro deste ano as ações da Tesla subiram 100%, impulsionadas pelo aumento da demanda dos investidores, pelo interesse do cliente em descontos oferecidos pela montadora recentemente e por uma previsão econômica melhor, de acordo com a Bloomberg.
Bilionário Musk concentrado no Twitter
O bilionário Elon Musk passou um bom tempo usando sua conta no Twitter, que tem 130 milhões de seguidores, para postagens sobre a plataforma, que virou seu principal foco de interesse.
Logo que concretizou a aquisição, ele demitiu toda a cúpula, incluindo o então CEO, sugerindo que iria comandar o negócio pessoalmente, e foi o que aconteceu.
Em janeiro ele surpreendeu postando uma enquete para saber se os internautas queriam que ele co tintasse à frente do Twitter, e perdeu.
Mas não cumpriu ainda a promessa de sair e dar lugar a outro executivo, sinalizando que isso pode acontecer até o fim deste ano.
Leia também | Derrota em enquete para continuar CEO, guerra a concorrentes e mais: as últimas de Musk no Twitter
Talvez pelo impacto negativo de sua concentração no Twitter, ele passou nos últimos dois meses a tuitar mais sobre os demais negócios, como a Tesla e a SpaceX, de foguetes e a Starlink, de satélites.
Na nova série de demissões no Twitter, neste fim de semana, uma das dispensadas foi a executiva Esther Crawford, vista como uma potencial sucessora de Elon Musk na liderança do Twitter.
Ela ficou famosa por ter postado uma foto dormindo no escritório central do Twitter, parecendo um apoio à proposta polêmica do chefe de os funcionários dormirem no emprego para darem o máximo de si.
When your team is pushing round the clock to make deadlines sometimes you #SleepWhereYouWork https://t.co/UBGKYPilbD
— Esther Crawford ✨ (@esthercrawford) November 2, 2022
No entanto, nem ela foi poupada no novo corte, revelado nesta segunda-feira (27) pelo jornal New York Times.
Talvez as esperanças já tivessem ido embora antes, pois há duas semanas Musk tuitou mostrando o “novo CEO da plataforma”, em mais uma de suas brincadeiras.
The new CEO of Twitter is amazing pic.twitter.com/yBqWFUDIQH
— Elon Musk (@elonmusk) February 15, 2023
A estimativa é de que o Twitter tenha agora menos de 2 mil profissionais. Antes da aquisição por Musk, eram 7,5 mil.
Ele não falou sobre os cortes, mas postou uma de suas mensagens enigmáticas no domingo, sem se referir aos demitidos:
“Espero que você tenha um bom domingo. Primeiro dia do resto de sua vida.”
Hope you have a good Sunday.
First day of the rest of your life.
— Elon Musk (@elonmusk) February 26, 2023
Já foram eliminadas áreas inteiras, como a de comunicação com a mídia – alvo frequente dos ataques do empresário.
A redução de pessoal afetou serviços de moderação e de segurança, alarmando os que criticam o aumento de desinformação e discurso de ódio no Twitter.
Leia também | Enquanto Musk nega falência do Twitter, ONG quer compra da rede por ‘clube de democracias’
Elon Musk nem tenta convencer alguém de que a compra do Twitter foi um bom negócio. Na semana passada, ele disse que havia investido US$ 44 bilhões para adquirir “a maior organização sem fins lucrativos do mundo ”.
Em novembro, quando houve uma debandada de anunciantes desconfortáveis com os novos rumos da plataforma, ele admitiu que o Twitter estava perdendo US$ 4 milhões por dia .
Companheiros de Musk na lista de bilionários
O ranking de bilionários da Bloomberg traz outros empresários do setor de tecnologia entre os mais ricos do mundo.
Jeff Bezos, da Amazon, aparece em 3º lugar, como US$ 117 bilhões. Bill Gates, fundador da Microsoft, vem em seguida, com US$ 144 bilhões.
O 5º é o investidor Warren Buffet, e em 6º aparece outro nome da indústria de tecnologia, Larry Ellison, co-fundador da Oracle, com US$ 102 bilhões.
Abaixo da linha dos US$ 100 bilhõess estão figuram Steve Ballmer (ex-CEO da Microsoft), Larry Page e Sergey Brin (fundadores do Google).
Mark Zuckerberg, da Meta (holding do Facebook, Instagram e WhatsApp), está em 19º na lista dos bilionários, com uma fortuna de US$ 63 bilhões.
Leia também | Relatório lançado em encontro da Unesco defende regulação das redes para proteger democracias