Londres – O conflito entre o Hamas e Israel está se demonstrando mais trágico para a imprensa do que a guerra na Ucrânia: menos de uma semana após o ataque foi confirmada a morte do sétimo jornalista – e o primeiro de uma organização internacional de mídia.
A nova vítima é o cinegrafista da agência Reuters Issam Abdallah, baseado em Beirute.
Ele fazia parte de um grupo de jornalistas de veículos de mídia internacionais que estava no sul do Líbano acompanhando confrontos entre forças de Israel e o grupo Hezbollah.
Abdallah fazia uma transmissão ao vivo quando sua câmera foi atingida, gravando o momento do ataque. Outros cinco profissionais ficaram feridos.
Ao fundo ouve-se uma mulher gritar dizendo que não sentia as pernas, mas ela não foi identificada imediatamente.
Os feridos confirmados são Thaer Al-Sudani e Maher Nazeh, também da Reuters, e Elie Brakhya e Carmen Joukhadar, da rede Al-Jazeera.
Pouco antes, o cinegrafista da Reuters postou um vídeo no X/Twitter mostrando as explosões que acompanhava de longe.
قصف في محيط علما الشعب – جنوب لبنان pic.twitter.com/jtbeGSH1Jy
— Issam Abdallah – عصام العبدالله (@LbIssam) October 13, 2023
Reuters lamentou morte do jornalista na guerra
A agência divulgou um comunicado lamentando a morte do jornalista:
Estamos profundamente tristes de saber que o nosso cinegrafista, Issam Abdallah, foi morto.
Estamos buscando mais informações, trabalhando com as autoridades da região e dando apoio à família e aos colegas de trabalho de Issam.
Os outros seis jornalistas mortos desde o dia 7 de outubro em decorrência do conflito entre Israel e o Hamas são palestinos e morreram em Gaza.
Mas a conta pode ser mais alta, pois ainda há feridos e desaparecidos.
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O número é preocupante quando comparado ao de mortes na guerra na Ucrânia.
Segundo o Comitê de Proteção a Jornalistas, 17 profissionais de imprensa morreram a serviço desde a invasão do país pela Rússia, que vai completar seu 20º mês.
Muitas dessas mortes foram resultantes de ataques diretos de forças militares russas a profissionais identificados como jornalistas e em carros de reportagem, sobretudo no início da guerra.
Mais recentemente, as fatalidades têm ocorrido em bombardeios. Um dos casos deste ano foi o chefe de vídeo da agência de Notícias AFP (France-Presse), Arnan Soldin.
Ele perdeu a vida em maio quando foi atingido por um míssil em Bakhmut.
Em Gaza, os ataques estão também destruindo instalações e equipamentos de órgãos de imprensa locais e internacionais.
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