O jornalista Luis Alonso Teruel foi morto a tiros na cidade de Átima, em Honduras, quando viajava em um veículo com seu filho de 11 anos. Dois homens armados o interceptaram, tiraram-no do veículo e atiraram várias vezes.

Teruel, que apresentava um programa político no canal local Pecaligüe TV, ainda estava vivo quando a polícia chegou e o levou a um centro de saúde local, mas morreu minutos depois, segundo o Comitê de Proteção a Jornalsitas citando fontes da mídia local. 

Osvin Vega, proprietário da Pecaligüe TV, disse ao site de notícias hondurenho Proceso que atribuiu o ataque, ocorrido no domingo (28) a reportagens que Teruel e a equipe de Pecaligüe estavam fazendo sobre o desmatamento na região, localizada na província de Santa Barbara, a três horas da capital, Tegucigalpa. 

Outro jornalista morto no país há dois meses 

O crime ocorreu dois meses depois do assassinato do jornalista hondurenho Francisco Javier Ramírez Amador, em dezembro. Ele estava sob proteção policial e tinha se afastado temporariamente da profissão devido a ameaças, colocando em questão a eficiência dos mecanismos de proteção a profissionais de imprensa em risco. 

Amada Ponce, diretora do grupo local de liberdade de imprensa C-Libre, disse à AFP que o jornalista morto fazia parte de uma família de “defensores ambientais”.

“As autoridades hondurenhas deveriam investigar minuciosamente o assassinato de Luis Alonso Teruel e determinar se estava relacionado ao seu trabalho como jornalista”, disse Cristina Zahar, coordenadora do CPJ para a América Latina e Caribe do CPJ, em São Paulo.

“O governo hondurenho deve acabar com a impunidade que prevaleceu nos assassinatos de jornalistas durante tantos anos, conduzindo uma investigação rápida e credível que identifique todos os responsáveis ​​e os leve à justiça.”

Há duas semanas o jornalista havia sido nomeado como juiz de paz em Átima, função que visa resolver disputas através de meios não formais de resolução de conflitos.

Riscos para ambientalistas e jornalistas 

Segundo o CPJ, pelo menos três ativistas ambientais foram mortos em Honduras desde 2016, incluindo Berta Cáceres, vencedora do Prêmio Goldman Ambiental. 

Desde 1992, oito jornalistas foram assassinados no país em conexão com o seu trabalho. 

O assassinato do jornalista hondurenho Luis Alonso Teruel engrossa as estatísticas de atos violentos contra profissionais de imprensa que denunciam crimes ambientais, situação que ganhou visibilidade no Brasil com a morte de Dom Philips

O jornalista inglês foi morto na Amazônia junto com o indigenista Bruno Pereira, em 2022.