O Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, celebrado em 16 de março ganha ainda maior relevância em 2025, devido à proximidade da COP30, que será realizada em Belém no mês de novembro.
Em um momento de crescente urgência da crise climática e da necessidade de ações eficazes, o papel da mídia se torna central na mobilização da sociedade.
A coalizão Covering Climate Now (CCNow), uma colaboração global de organizações de notícias focada em fortalecer a cobertura da crise climática, enfatiza a importância do jornalismo de soluções como um instrumento vital para expor os problemas e mostrar possíveis caminhos para um futuro sustentável.
A CCNow argumenta que a cobertura climática tradicional, embora essencial para delinear a magnitude da crise, muitas vezes se concentra excessivamente nos problemas.
No entanto, é necessário compreender que a crise tem solução, e esse é o papel dessa vertente do jornalismo que tem até uma organização especialmente dedicada a incentivar sua adoção.
Medidas para combater as mudanças climáticas
Para evitar um aumento catastrófico da temperatura, a organização ressalta que as emissões de gases de efeito estufa da humanidade devem ser reduzidas pela metade durante a próxima década, e cumprir o compromisso de zerar a emissão de gases, chamado de “net zero”, até 2050.
Mas com a demora em adotar medidas efetivas, atingir essa meta exigirá uma mudança radical. Isso inclui a rápida eliminação do petróleo, gás e carvão, o fim do desmatamento e a transição para métodos de agricultura favoráveis ao clima, na avaliação da CCNow.
A boa notícia é que o mundo já possui a maior parte do conhecimento e das tecnologias necessárias, mas o desafio real é implementar as soluções de forma rápida.
Política e Governo
Com o papel de apurar, expor e cobrar, a mídia tem papel fundamental em investigar o potencial de medidas como impostos e subsídios para reduzir emissões, além de identificar as “falsas soluções” e expor ações que podem bloquear os avanços.
Ao questionar o posicionamento de autoridades locais sobre o clima e suas políticas, a imprensa ajuda na conscientização sobre as mudanças climáticas,
Economia e Negócios
De acordo com a Covering Climate Now, é essencial analisar o financiamento destinado aos combustíveis fósseis e os desafios para a redução.
As empresas de tecnologia têm papel fundamental na discussão também. O jornalismo de soluções pode analisar como elas facilitam ou dificultam a transição para uma matriz energética mais limpa.
O desenvolvimento e implementação de tecnologias verdes são outros aspectos importantes.
Um dos pontos principais dessa fiscalização ao setor de economia e negócios são as promessas de reduzir a zero as emissões de carbono, chamadas de “net zero”, e a efetividade das compensações de carbono adotadas.
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Tecnologias e Práticas
A CCNow recomenda um olhar atento sobre a transição para veículos elétricos e eletrodomésticos eficientes.
Além disso, a adoção de métodos de agricultura sustentável e ações para proteger infraestruturas críticas também estão cada vez mais ganhando força no ramo da tecnologia e devem ser acompanhadas sob a perspectiva do jornalismo de soluções.
O livro Drawdown – 100 iniciativas poderosas para resolver a crise climática, organizado pelo ambientalista e escritor americano Paul Hawken, e une pesquisas de uma coalizão de profissionais e cientistas que propõem soluções realistas para as mudanças climáticas.
Se forem implementadas em escala global nos próximos 30 anos, elas podem representar um avanço confiável, não só para retardar o aquecimento global, mas para conseguir o drawdown, o ponto no qual os gases de efeito estufa na atmosfera atingem seu nível máximo e começam a diminuir, aponta a coalizão de jornalismo ambiental.
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Sociedade Civil
Aproveitando o dia da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, é importante entender o papel da sociedade, além de pequenas ações para reduzir as emissões – como usar transporte público e diminuir o desperdício de água – também pode ser apoiar instituições que atuem na causa.
O jornalismo de soluções pode dar visibilidade às ações de escolas, grupos comunitários, organizações não governamentais e ativistas, cobrindo seus objetivos, métodos e resultados.
É importante também investigar o conhecimento e as opiniões da população sobre as mudanças climáticas. Além disso, compreender como o diálogo e as ações individuais estão evoluindo são essenciais para entender o engajamento da sociedade, propõe a CCNow.
Cultura
Explorar como a arte, literatura, música e outras formas de expressão cultural refletem a emergência climática e inspiram ações pode alcançar novos públicos e gerar um engajamento mais profundo com o tema.
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Efeitos das mudanças climáticas
A partir da Revolução Industrial no século XVIII, a emissão dos gases do efeito estufa na atmosfera só cresceu, e as mudanças climáticas se intensificaram. No entanto, até meados do século XX, esse crescimento foi lento.
No fim da Segunda Guerra, em 1945, foram emitidas 4 bilhões de toneladas de dióxido de carbono. Cinco anos depois, o número passou para 6 bilhões, de acordo com o Global Carbon Project, organização que quantifica as emissões globais e suas causas.
Mas foram nos anos seguintes que esse número cresceu como nunca. Em 1989, já tinham sido emitidas 22 bilhões de toneladas.
Cerca de 52,74% da emissão de CO2 em todo o mundo ocorreu a partir de 1990. O dado mais recente é de 2019: 36,4 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa.
De lá para cá, ocorreram inundações, incêndios florestais, derretimento das calotas polares e variações extremas de temperatura em todos os continentes.
Neste Dia da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, e com a COP30 no horizonte, o jornalismo de soluções capacita a mídia a ir além da constatação dos problemas.
Ao explicar claramente o que são as soluções, como estão sendo implementadas e com que resultados, a mídia pode aumentar a conscientização, fomentar um debate público mais informado e pressionar por ações mais ambiciosas e eficazes por parte de governos, empresas e de toda a sociedade.
Isso se torna fundamental para a mobilização e a construção de um futuro climático mais resiliente e sustentável.