Mesmo com uma reportagem cujo conteúdo é positivo para o presidente Donald Trump, falando sobre sua atuação para o cessar-fogo na Faixa de Gaza, a revista Time não agradou o mandatário. O motivo é a foto escolhida para a capa, que Trump achou “muito esquisita”.
O presidente dos Estados Unidos fez um post em sua rede social ontem, a Truth Social, comentando a escolha da revista Time em colocá-lo na capa da edição desta semana.
“A Revista Time escreveu uma matéria relativamente boa sobre mim, mas a foto deve ser a pior de todos os tempos”, escreveu.
Trump detalhou o motivo de a escolha ter desagradado:
“Eles ‘sumiram’ com meu cabelo e então colocaram algo flutuando no topo da minha cabeça que parecia uma coroa flutuante, mas uma extremamente pequena. Muito esquisito!”.
E as críticas não pararam por aí. Com um tom de desconfiança em relação à imprensa que é sua marca registrada, o presidente completou:
“Eu nunca gostei de tirar fotos de ângulos de baixo, mas esta é uma foto muito ruim e merece ser criticada. O que eles estão fazendo e por quê?”
Reportagem elogia desempenho de Trump no Oriente Médio
A reportagem da revista Time tem a chamada de capa “Seu triunfo”, em referência à atuação de Donald Trump para o cessar-fogo na Faixa de Gaza. Dentro, o título é “Como o governo Trump selou o acordo de cessar-fogo em Gaza”.
A matéria, publicada no último dia 10, traz uma visão positiva sobre a atuação de Trump e foi aprovada pelo próprio presidente, que a considerou “relativamente boa”.
Já no começo, o repórter destaca a determinação do presidente em conseguir um cessar-fogo na região e sua estratégia de negociação. A reportagem então relata como foi todo o processo de desenvolvimento e aprovação do plano de paz.
Segundo a Time, o acordo pode se tornar uma conquista marcante do segundo mandato de Donald Trump.
Histórico de problemas com a imprensa
As críticas de Trump à capa da revista não são caso isolado. Desde que entrou na política, Donald Trump e seus governos têm se envolvido em uma série de brigas com a imprensa.
A mais recente delas foi as mudanças nas regras para os jornalistas que cobrem o Pentágono, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Repórteres e organizações de mídia acusam as alterações de cercear a liberdade de imprensa.
Outro exemplo foi a suspensão do programa de Jimmy Kimmel. Ainda que não se possa afirmar que a retirada do ar foi uma ordem direta de Trump, o presidente comemorou publicamente a suspensão.
Também este ano, o presidente retirou a Associated Press do grupo de imprensa da Casa Branca. Isso aconteceu porque a agência se recusou a adotar o nome Golfo da América para o Golfo do México.
A lista de conflitos ainda inclui uma série de processos de Trump contra veículos de imprensa, incluindo a ABC, a Paramount Global, o Wall Street Journal e o The New York Times.
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