Londres – Nas últimas duas décadas, os debates sobre segurança online foram atualizados à medida que as tecnologias evoluíram e se incorporaram ao cotidiano de pessoas de todas as idades.
Moldar as experiências de crianças conectadas à internet tornou-se uma verdadeira luta da criação de filhos, com a privacidade ocupando lugar de destaque entre as preocupações.
A pesquisadora Victoria Nash, professora da universidade de Oxford e diretora do Oxford Internet Institute (OII), centro de estudos dedicado a estudar os efeitos da tecnologia sobre a sociedade, reuniu sete dicas para ajudar os pais nessa tarefa.
O risco das crianças online
A pesquisadora observa que crianças e adolescentes passam cada vez mais tempo online. A pandemia aumentou o chamado “tempo de tela”, seja para estudar remotamente ou para ficar em contato com amigos na ausência das interações presenciais.
“Pais e cuidadores estão sendo cada vez mais informados sobre os riscos que podem surgir da interação e exposição online, mas é fácil esquecer que também precisamos proteger a privacidade das crianças. “
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Confira as sete dicas de segurança infantil online da pesquisadora Victoria Nash:
1. Verifique as configurações de privacidade das redes sociais
Em algumas plataformas de mídia social, as configurações de controle de privacidade não são habilitadas por padrão. Isso pode incluir recursos como rastreadores de localização, por exemplo.
2. Entenda os possíveis riscos de privacidade em sua casa
Lembre-se de que dispositivos com assistentes de inteligência artificial, como a Alexa ou brinquedos conectados à internet, coletam dados sobre o uso do produto. Esteja atento na hora de configurá-los e verifique se há formas de controlar a privacidade.
3. Consciente a criança sobre uso de dados e privacidade na internet
Converse com seu filho sobre a importância de proteger os dados online. Faça com que a criança entenda para onde suas informações estão indo e como elas podem ser usadas por terceiros.
4. Lembre seu filho dos riscos das redes Wi-Fi públicas e gratuitas
O uso de redes Wi-Fi públicas e gratuitas oferece risco de roubo de informações pessoais, risco de malware atacar seu dispositivo e o potencial de hackers bisbilhotarem a atividade do seu dispositivo. As crianças devem receber explicações sobre esses riscos.
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5. Uma vez na internet, para sempre na internet
A exclusão de uma imagem ou vídeo online não significa necessariamente que ele desapareceu. O conteúdo ainda pode ser visualizado por meio de sites que fazem arquivos automáticos da web, ou, também, alguém pode ter feito uma captura de tela — o famoso print. Por isso, reforce com a criança de que é muito difícil remover conteúdo online, e que o melhor é ter cuidado antes de postar.
6. Verifique regularmente o que as crianças estão fazendo online
Ter uma visão geral de como seu filho está usando a internet pode dar uma ideia de possíveis problemas de privacidade que você precisa explicar a eles.
7. Tome cuidado com o que você publica online sobre as crianças
Sem perceber, os pais podem revelar informações pessoais sobre os filhos, como a escola que frequentam ou lugares que visitam muito. Além disso, esteja atento a quem pode ver as fotos ou vídeos que você compartilha de seus filhos online.
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Os perigos do cyberbullying
Pesquisa recente da ONU (Organização das Nações Unidas) alerta sobre os riscos enfrentados pelas crianças e jovens na internet, apontando o bullying virtual como a maior preocupação.
Em uma pesquisa feita pela agência da ONU União Internacional das Telecomunicações (UIT), o problema foi classificado por 40% dos entrevistados como a mais séria ameaça online para menores de idade.
Os outros medos principais são a falta de proteção de dados e o risco de aliciamento de crianças por abusadores.
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Segundo a organização, os jovens passam mais tempo online do que adultos.v Uma pesquisa da entidade em 2020 constatou que eles tinham 24% mais probabilidades de estarem conectados à internet do que o restante da população, o que os expõe a mais riscos.
A estimativa é de que 71% das pessoas com idade entre 15 e 24 anos usam a internet, em comparação com apenas 57% em outras faixas etárias, de acordo a União Internacional de Telecomunicações (UIT).
O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) diz que a cada 30 segundos, um menor se torna usuário da rede.
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