Indicado ao Oscar de Melhor Documentário, 20 dias em Mariupol, uma produção da agência de notícias Associated Press, foi premiado com o British Academy Film Awards (BAFTA), no dia 18 de fevereiro, e recebeu também o prêmio do público no Festival de Sundance, despontando como o favorito para a estatueta de Hollywood que será entregue no dia 10 de março.
O jornalista ucraniano Mstyslav Chernov ganhou o prêmio Pulitzer pelo trabalho de cobertura jornalística do ataque retratado no filme. O documentário conta a história dos 20 dias em que ele ficou preso com seus colegas da Frontline e da Associated Press (AP) na cidade de Mariupol após a invasão russa na Ucrânia.
Se o filme ganhar, será o segundo ano em que uma história da região vence. Em 2023, o Oscar de melhor documentário foi para “Navalny“, que reconstrói a história do envenenamento do inimigo político de Vladimir Putin que morreu na prisão em 16 de fevereiro.
Conheça os indicados ao Oscar de Melhor Documentário
O documentário 20 Dias em Mariupol vai disputar o Oscar com quatro concorrentes de peso: Bobi Wine: o presidente do povo, As quatro filhas de Olfa, Para matar um tigre e A memória infinita. A Academia de Hollywood vai escolher também o melhor documentário em formato curta-metragem.
Nem todos estão disponíveis no Brasil ou para streaming, mas vale conferir as sinopses e os trailers.
20 dias em Mariupol (20 Days in Mariupol), de Mstyslav Chernov
O filme do jornalista ucraniano Mstyslav Chernov, que entrou em cartaz nos cinemas no Brasil esta semana, retrata uma equipe de jornalistas que fica presa na cidade de Mariupol após a invasão russa, e os esforços que eles fazem para documentar as atrocidades da guerra.
Como únicos repórteres internacionais que permaneceram na cidade, captaram o que mais tarde se tornariam imagens definidoras da guerra: crianças em sofrimento, valas comuns, o bombardeio de uma maternidade e muito mais.
O filme baseia-se nas reportagens diárias de Chernov e em imagens pessoais de seu próprio país em guerra. Ele retrata a angústia dos civis na cidade cercada e mostra como é fazer reportagens numa zona de conflito, chamando a atenção para o impacto desse tipo de jornalismo em todo o mundo.
Bobi Wine: O presidente do povo (Bobi Wire: The People’s President), de Moses Bwayo e Christopher Sharp
O documentário da National Geographic conta a história do líder da oposição, ativista e estrela musical de Uganda, Bobi Wine, que usa a música para combater o regime de Yoweri Museveni, que liderou o país por 35 anos.
O filme acompanha sua campanha nas eleições presidenciais de 2021. Com Bobi Wine e Barbie Kyagulanyi. Disponível na Star+.
A memória infinita (The Eternal Memory), de Maite Alberdi
O filme, que foi selecionado na Competição Dramática Mundial de Cinema no Festival de Sundance 2023 e ganhou o Grande Prêmio do Júri, mostra o relacionamento do jornalista chileno Augusto Góngora e da atriz chilena Paulina Urrutia.
Eles são casados há 25 anos, e há oito Augusto foi diagnosticado com a doença de Alzheimer. Hoje ele e sua esposa enfrentam os desafios da doença, com ternura e senso de humor. Disponível na Paramount+
Quatro filhas de Olfa (Four daughters), de Kaouther Ben Hania
Olfa é uma mulher tunisiana mãe de quatro filhas. Um dia as duas mais velhas desaparecem. Indicado ao Oscar de Melhor documentário, o filme é uma jornada íntima de esperança, rebelião, violência e irmandade que questiona os próprios fundamentos da sociedade.
Com Olfa Hamrouni, Eya Chikhaoui e Tayssir Chikhaoui. Não disponível no Brasil.
Para matar um tigre (To kill a Tiger), de Nisha Pahuja
O documentário indicado ao Oscar mostra como a força de uma família pode superar até as injustiças mais hediondas. Ranjit, um fazendeiro na Índia, enfrenta a luta de sua vida ao exigir justiça para sua filha de 13 anos, vítima de um estupro coletivo.
Na Índia, onde uma violação é denunciada a cada 20 minutos e as taxas de condenação são inferiores a 30%, a decisão de Ranjit de apoiar a filha é praticamente inédita e a sua jornada sem precedentes. Não disponível no Brasil.
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Veja também os indicados ao Oscar de Melhor Documentário Curta-Metragem
O ABCs da proibição de livros (The ABCs of book banning), de Nazenet Habtezghi, Sheila Nevins e Trist Adlesic
Indicado ao Oscar de Melhor Documentário Curta-metragem, o filme mostra depoimentos de jovens afetados pela proibição de livros em determinadas escolas dos EUA e denuncia algo que passa despercebido: cerca de dois mil livros ganharam um selo de restrito, questionado ou proibido para estudantes em até 37 estados, a maioria com temas ligados a questões LGBTQIAPN+. Disponível na Paramount+.
O barbeiro de Little Rock (The barber of Little Rock), de John Hoffman e Christine Turner
O documentário feito para a revista americana The New Yorker explora a crescente disparidade de riqueza racial na América através da história de Arlo Washington, um barbeiro de Little Rock cuja abordagem visionária para uma economia justa pode ser encontrada na missão do People Trust, o banco comunitário sem fins lucrativos que ele fundou, para ajudar as pessoas negras a escapar das armadilhas do sistema bancário que as deixam mais pobres. Disponível no YouTube.
Entre ilhas (Island in between), de S. Leo Chiang
O diretor faz uma reflexão sobre a sua relação com Taiwan, os Estados Unidos e a China a partir das ilhas de Kinmen, a poucos quilômetros da China continental. Kinmen atrai turistas por seus vestígios da Guerra Civil Chinesa de 1949.
‘Island in between’ foi o primeiro documentário taiwanês a ser indicado ao Oscar. Disponível no YouTube.
A última loja de consertos (The last repair shop), de Kris Bowers e Ben Proudfoot
Outrora comum nos Estados Unidos, hoje Los Angeles é de longe a maior e uma das últimas cidades americanas a fornecer instrumentos musicais gratuitos e consertados sem custo para alunos de escolas públicas, um serviço que acontece desde 1959.
O documentário feito para o jornal Los Angeles Times mostra como um número cada vez menor de artesãos mantém mais de 80 mil instrumentos em bom estado. Disponível no Disney+.
Nai Nai & Wài Po, de Sean Wang
O documentário indicado ao Oscar é uma homenagem do diretor às suas duas avós taiwanesas. É um retrato afetuoso sobre essas mulheres que lideraram suas famílias levadas a migrar de seu país natal para os EUA. Disponível no Disney+.
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