Londres – A Austrália se tornou o novo alvo da fúria de Elon Musk contra países que tentam impor regras ao X, antigo Twitter: em reação a uma nova lei para combater desinformação online, o bilionário tachou as autoridades australianas de “fascistas”.
O projeto de lei anunciado pelo governo federal permitirá que plataformas de internet sejam multadas em até 5% de sua receita global se não controlarem a propagação de informações falsas.
A legislação exige que as empresas criem códigos de conduta para impedir a desinformação e os submetam a um órgão regulador para aprovação.
Se não cumprirem as exigências, o regulador poderá estabelecer seus próprios padrões e aplicar multas por não conformidade.
A reação sucinta do bilionário foi postada em sua conta no X, onde tem 197 milhões de seguidores, e vista por mais de 16 milhões de pessoas, abrindo mais uma guerra com autoridades pelo mundo.
O X está bloqueado no Brasil desde agosto por decisão do Supremo Tribunal Federal, depois que Elon Musk não atendeu a uma determinação de nomear um representante legal da empresa, na sequência de um embate sobre remoção de contas.
Na Austrália a opinião de Elon Musk foi ironizada pelo ministro de Serviços Governamentais, Bill Shorten em uma entrevista na TV:
“Elon Musk tem mais posições sobre liberdade de expressão do que o Kama Sutra.
Quando é do interesse comercial, ele é o grande defensor da liberdade de expressão, mas quando não gosta de alguma coisa, ele tenta acabar com tudo.”
Michelle Rowland, porta-voz do Ministério das Comunicações, defendeu a proposta, afirmando que ela melhora a transparência e a responsabilização das plataformas, e salientou que as empresas que operam no país devem seguir as leis.
Leia também | Elon Musk pode se tornar primeiro trilionário do mundo, aponta consultoria britânica
Outra briga de Musk na Austrália
Essa não é a primeira vez que Musk entra em conflito com o governo australiano.
Em abril, a rede X contestou uma ordem do regulador de tecnologia do país para remover mensagens relacionadas ao esfaqueamento de um bispo em Sydney.
O primeiro-ministro Anthony Albanese chamou Musk de “bilionário arrogante” pela sua recusa.
A briga na Austrália pode ser difícil para Elon Musk. O país tem avançado de forma pioneira com diversas leis regulando a atividades das plataformas digitais, como a de pagamento por conteúdo jornalístico.
Entre as medidas em discussão no país estão a proibição do uso de redes sociais por crianças, incluindo Instagram e TikTok, em uma tentativa de lidar com os impactos na saúde mental e física.
Leia também | De Murdoch a Musk: como o poder da mídia global passou dos antigos barões para os chefões das Big Techs
