Londres – Uma imagem dramática da Amazônia registrada pelo brasileiro Lalo de Almeida para a Folha de S.Paulo foi eleita a melhor foto individual da América do Sul no concurso internacional World Press Photo, considerado o Oscar do fotojornalismo global.
Almeida, que em 2022 foi premiado com outro ensaio da Amazônia, retratou um pescador solitário caminhando no leito de um afluente do rio Amazonas em Tefé, representando visualmente a extensão da maior seca já vista na região.
Para o júri do World Press Photo, a imagem incorpora a realidade inegável da crise ambiental na Amazônia e os desafios enfrentados pela região.
Lalo de Almeida foi premiado no World Press Photo em 2022 na categoria Projetos de Longo Prazo com Distopia Amazônica, em que o fotógrafo brasileiro documentou ao longo de 12 anos os efeitos sociais, políticos e ambientais do desmatamento, mineração e exploração de recursos naturais na região.
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O World Press Photo deste ano recebeu mais de 61 mil inscrições de fotojornalistas de todo o mundo, selecionando na primeira fase os melhores trabalhos em seis regiões geográficas.
No dia 18 de abril os vencedores globais em cada uma das quatro categorias (foto única, projeto de longo prazo, formato aberto e série) serão anunciados.
Veja as outras imagens premiadas na categoria Foto Única que disputarão o prêmio principal do World Press Photo com o brasileiro Lalo de Almeida.
África
Vincent Haiges, que nos últimos anos documentou conflitos armados, violações de direitos humanos e migrações na Europa, Oriente Médio e África, registrou o reencontro de Kibron Berhane com a mãe na Etiópia, depois de perder a perna em um combate como integrante da Frente de Libertação do Povo Tigray pouco antes do acordo de paz com o governo ser selado.
Ásia
Dentre as milhares de imagens chocantes da guerra entre o Hamas e Israel em Gaza, o júri do World Press Photo escolheu a cena imortalizada pelo fotógrafo palestino Mohammed Salem, que vive na região e trabalha para a agência Reuters.
Ele registrou Inas Abu Maamar abraçando o corpo da sobrinha de cinco anos morta em um ataque israelense, junto com a mãe e a irmã.
Europa
O fotojornalista turco Adem Altan, da agência AFP, retratou a dor de um pai que perdeu o filho de 15 anos quando a casa em que dormia com a avó desabou no terremoto que deixou mais de 55 mil mortos no país.
América do Norte e América Central
Uma das foto que concorrerá com a do brasileiro Lalo de Almeida no World Press Photo foi feita no Canadá, e também representa os desafios enfrentados pela natureza diante do aquecimento global e da ação humana.
A imagem feita por Charles-Frédérick Ouellet, do jornal The Globe and Mail, mostra um bombeiro verificando se uma das áreas afetadas pelos incêndios florestais que vêm se agravando no país está sob controle.
Sudeste Asiático e Oceania
Outro efeito do aquecimento global foi a foto premiada como a melhor imagem única do World Press Photo na região do mundo em que diversas comunidades e até países inteiros estão ameaçados pela elevação dos níveis do mar.
Eddie Jim, do The Age e Sydney Morning Herald, retratou Lotomau Fifia, de 72 anos, mostrando ao neto John onde o litoral terminava quando era garoto, nas Ilhas Fiji.
Jim é de Hong Kong, e foi editor de fotografia do jornal Apple Daily, extinto depois de uma onda de repressão à liberdade de imprensa que empurrou profissionais de imprensa para o exílio.
Apesar de não ser nativo da região onde a imagem foi capturada, Jim tem algo em comum com os personagens da foto premiada.
Assim como ele, os 500 habitantes de Salia Bay, na ilha de Kioa, podem ter que abandonar a área onde vivem desde a década de 40, quando se refugiaram ali devido ao aumento do nível do mar em Tuvalu.
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