Londres – O imenso esforço de relações públicas e o investimento estimado de £ 250 milhões (mais de 1,5 bilhão de reais) em uma festa de três dias para celebrar a coroação de Charles III buscam sobretudo garantir a continuidade da monarquia: o rei tem ainda um longo caminho a percorrer para atingir o nível de popularidade de Elizabeth II, que foi vital, segundo os historiadores, para conter os movimentos republicanos. 

De acordo com a mais recente avaliação do instituto de pesquisa YouGov, relativa ao primeiro trimestre de 2023, Charles III é conhecido por 97% dos entrevistados, mas admirado por pouco mais da metade deles: 55% – o que lhe garante apenas o quinto posto entre os membros mais populares da Família Real. Quase um em cada cinco (17%) confessaram não gostar do novo soberano.

O resultado coincide com o de outro estudo, da Lord Ashcroft Polls, no qual o novo rei aparece na sexta posição, porque a pesquisa inclui sua ex-mulher, a princesa Diana. Mais de 25 anos após sua morte, ela ainda aparece como a terceira mais admirada, atrás da rainha Elizabeth II e do príncipe William. 

Popularidade de Charles III é 10 pontos menor que a do filho 

Nas duas pesquisas, a popularidade do novo soberano é 10 pontos percentuais menor do que a do príncipe herdeiro. No resultado do YouGov, o príncipe William aparece na terceira posição com 65% enquanto o rei Charles aparece na quinta, com 55%.

Na pesquisa da Lord Ashcroft Polls, a diferença se mantém: William ocupa o segundo posto com 64%, enquanto o pai figura na sexta posição, com 54%.

Pesquisas mostram que popularidade do Rei Charles III no momento em que é coroado é mais baixa do que a de outros membros da realeza, como a rainha Elizabeth, a princesa Anne e os príncipes William e Kate

Um trimestre após sua morte, a rainha Elizabeth continua como o membro mais popular da Família Real segundo os dois institutos de pesquisa. E nesse caso a tarefa do novo soberano de substitui-la no coração dos súditos é ainda mais difícil.

A diferença de popularidade para a monarca antecessora é mais do que o dobro da diferença para o príncipe herdeiro. Impressionantes 25 pontos percentuais medidos pelo YouGov, ou 22 pontos segundo a Lord Ashcroft Polls.

A arrancada da popularidade de Anne

Uma das surpresas da última rodada de pesquisas do YouGov foi a elevação da popularidade da princesa Anne, passando ao segundo posto, atrás apenas da falecida rainha Elizabeth.

Irmã mais nova do novo soberano, ela tem grande influência sobre Charles, segundo jornalistas e historiadores que seguem os passos da realeza. 

Discreta e muito atuante como “working member” da realeza, Anne participa quase que diariamente de eventos públicos, e assim sua popularidade ultrapassou a do príncipe William e de sua esposa Kate, além da do rei Charles III.

Mas o casal ainda é mais admirado entre as faixas mais jovens da população. 

O mesmo destaque não se verificou na pesquisa da Lord Ashcroft Polls, mas Anne aparece só um ponto percentual abaixo do príncipe William. 

O lado pop da Família Real

O lado celebridade da família real britânica também pode ser percebido na pesquisa Lord Ashcroft Polls. Ela é mais admirada do que a instituição monarquia. 

Esse estudo também inclui figuras políticas importantes do país, de fora da família real, como o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, e o líder da oposição, Keir Starmer, do Partido Trabalhista, apontado com grandes chances para sucedê-lo.

Ambos estão entre os cinco avaliados de mais baixa popularidade, mas é importante observar que os políticos estão expostos a questões que afetam diretamente a vida da população, e por isso mais sujeitos a percepções negativas. 

Harry, Meghan e Andrew têm os menores índices de popularidade

As recentes rusgas de Harry e Meghan com os demais membros da família real, incluindo entrevistas bombásticas e até um livro de memórias destruidor não fizeram bem à popularidade de ambos no Reino Unido.

Nas duas pesquisas, Harry aparece na antepenúltima colocação e Meghan na penúltima.

Eles só ganham do príncipe Andrew, último colocado nas duas pesquisas, muito em função de seu envolvimento em escândalo de abuso de menores.