Londres – A união entre Charles III e Camilla Parker-Bowles é vista por simpatizantes da monarquia como a vitória do amor sobre as convenções sociais e pelos adversários como uma traição imperdoável à princesa Diana, a “Queen of Hearts” – e alguns deles aderiram a uma inusitada campanha no Twitter na semana da coroação. 

Aqueles que não esquecem que Diana sofreu nas mãos do marido infiel e acham que sua morte prematura foi decorrente de problemas como recusar segurança oficial por medo de estar sendo espionada estão trocando suas próprias fotos de perfil por imagens da princesa. 

É apenas uma pequena amostra da popularidade e carisma de uma das figuras mais impressionantes da história contemporânea, que segue adorada mais de 25 anos depois da sua morte. 

A ideia deve deve ter decepcionado a equipe de comunicação do Palácio de Buckingham, que vem fazendo todo o possível para emplacar Camilla como uma rainha querida, revertendo sua imagem de megera que destruiu o casamento de contos de fadas. 

Esta internauta foi uma das que aderiu à onda, usando as hashtags alusivas à “rainha dos corações” e outras pouco simpáticas à Camilla. 

Esta outra enalteceu o trabalho social de Diana, que se engajou na causa do combate à Aids e cumprimentou uma pessoa com o vírus para dizer não à discriminação. 

A campanha contagiou pessoas de várias partes do mundo. Esta canadense que se diz admiradora dos Sussex (o príncipe Harry e sua mulher, Meghan Markle) avisa que não trocava a foto de perfil há quatro anos, mas o fez em homenagem à princesa Diana.

A postagem teve quase 10 mil visualizações. 

O movimento pode ter sido provocado por uma ideia que gerou controvérsia: o convite para a coroação do rei Charles III e da rainha Camilla – não rainha consorte, como a própria rainha Elizabeth havia sinalizado que ela seria chamada após a ascensão do novo rei. 

A despeito da eficiência em administrar sua imagem,  a “firma”, como a família real é apelidada, está cometendo alguns erros.

Um deles, que gerou revolta, foi o convite à população para que jure lealdade ao rei no dia da coroação, papel reservado aos lordes. Era para ser inclusivo, mas serviu para provocar aqueles que aderiram ao #NotMyKing. 

Cutucar a imagem de Diana com vara curta, denominando Camilla rainha sem o “consorte”, foi outro.

A campanha para trocar fotos de perfil no Twitter por imagens de Diana é um dos efeitos colaterais dessa decisão.