O banco de imagens Getty está com inscrições abertas para a bolsa de fotografia #ShowUs Body Positivity, que vai fornecer apoio financeiro para projetos desenvolvidos por artistas mulheres, indivíduos com identidade feminina ou pessoas não binárias que tenham como objetivo ajudar a transformar a representação feminina na mídia e na publicidade.
Os trabalhos devem promover a diversidade na fotografia e videografia comerciais, explorando experiências positivas na relação com o corpo e a quebra de estereótipos.
Podem participar profissionais e amadoras. A dotação é de US$ 5 mil (R$ 27,5 mil), e as inscrições vão até 24 de outubro.
Além da bolsa em dinheiro, as escolhidas poderão licenciar o conteúdo produzido por meio da bolsa nos bancos de imagens Getty e iStock, com taxa de 100% de royalties. Um contrato será assinado com a Getty para permitir a distribuição do conteúdo.
Os vencedores que optarem por licenciar as imagens receberão orientação e mentoria de um dos diretores de arte da empresa. Terão também exposição no site Creative Insights da Getty Images e promoção em redes sociais.
Leia mais | Diversidade é a “coisa certa” e caminho para o lucro, aponta estudo sobre mídia, cinema, esporte e games
Julgamento e inscrições
O julgamento dos projetos será feito por um painel internacional formado por Imogen-Blue Hinojosa (artista e cineasta), Sarah Waiswa (fotógrafa e fundadora da African Women in Photography), Shina Peng (fotógrafa), Reya Sehgal (gerente de Insights Criativos da Getty Images) e Leandro Barreto, brasileiro que é vice-presidente global da Dove, patrocinadora da inciativa.
A seleção será baseada no portfólio, na relevância da ideia e na capacidade de executar o projeto com uma narrativa visual comercial atraente, empregando imagens estáticas ou em movimento.
A inscrição deve incluir histórico profissional, resumo do projeto proposto e explicação sobre como ele irá contribuir para os objetivos do projeto #ShowUs, do qual a bolsa de fotografia, criada em 2020, faz parte.
As inscrições podem ser feitas aqui
Leia também |Anúncio do chocolate Snickers criticado por homofobia é retirado do ar na Espanha; veja o vídeo
Representatividade feminina na publicidade
O projeto #ShowUs foi lançado em 2019, resultado de uma parceria entre a Getty Images, a Dove e a Girlgaze, plataforma que reúne profissionais mulheres e pessoas não binárias atuando em várias áreas de criação publicitária.
A coleção é uma biblioteca global de imagens refletindo como as pessoas realmente são, e não como os outros acham que deveriam ser. As imagens da Getty são utilizadas no mundo inteiro por meios de comunicação, agências de publicidade, criadores de conteúdo e empresas.
Ao completar dois anos, em março, o acervo contabilizava mais de 14 mil imagens, baixadas mais de 42 mil vezes por 49 mil usuários em todo o mundo.
Leia também:IBM vai usar inteligência artificial para medir diversidade na propaganda
Segundo a Getty, após o lançamento da coleção as pesquisas aumentaram 150% para ‘mulher real’, 100% para ‘beleza natural’ (mais de 100%) e 470% para ‘corpo positivo’. E surgiram novos termos, como ‘não retocada’ e ‘mulher autêntica’.
Mas a empresa observou que apesar do interesse, sinalizando que a indústria de publicidade caminha para se tornar mais inclusiva, ainda há um longo caminho a percorrer para representar mulheres diferentes em idade, etnia, formato e tamanho corporal, expressão de gênero e crenças religiosas.
Os vencedores da última rodada da bolsa de fotografia
Ao abrir as inscrições da nova rodada, a Getty Images anunciou as escolhidas para receber a bolsa Leadership Grant, que também faz parte do projeto #ShowUs.
Uma delas é a fotógrafa polonesa Zula Rabikowska, que vive entre Londres e Cracóvia e vai explorar a identidade de gênero contemporânea na Europa Central e Oriental.
Ela percorrerá países da antiga Cortina de Ferro (que separava o bloco soviético da Europa Ocidental entre 1945 e 1991), encontrando-se com mulheres, pessoas não binárias e trans para compreender e documentar como o pós-comunismo molda a identidade de gênero.
No projeto, Zula examinará estereótipos sexistas, padrões de beleza restritivos e o impacto da religião e da política na expressão contemporânea de gênero na região. Veja alguns exemplos do trabalho da fotógrafa.
A outra selecionada é Alex Sanchez, de Miami, que trabalha com fotografia e documentários. Seu projeto investigará a dinâmica interna de seis famílias e os papéis de liderança das mães dentro delas.
Concentrando-se em famílias de diferentes nacionalidades, origens e famílias religiosas, culturais e não tradicionais, Alex fará a pergunta ‘como é a maternidade’? , confrontando as normas sociais e representações da maternidade em famílias na Palestina, Camboja, Flórida, Nicarágua, Laos e Egito.
O projeto já foi iniciado, e a bolsa ajudará a concluir, em um momento de transformações:
“Nossos líderes estão mais comumente se tornando mulheres e essas mulheres são mães em suas várias formas. O papel tradicional de uma matriarca mudou e é fascinante em ver no que isso vai resultar no futuro . ”
Algumas fotos já produzidas mostram diferentes expressões do matriarcado.
Leia também