Londres – A Nasa (agência espacial americana) divulgou nesta quinta-feira (3) novas fotos espetaculares feitas pelo telescópio James Webb retratando a Nebulosa do Anel sob diversos ângulos. 

Também conhecida como Messier 57, ela fica na constelação de Lyra e é visível para entusiastas do céu durante o verão. Mas as fotos do James Webb permitiram observar em detalhes os capítulos finais da vida de uma estrela dentro da nebulosa, que mesmo os telescópios mais avançados não tinham ainda conseguido revelar. 

“As características hipnotizantes da Nebulosa do Anel são uma prova do ciclo de vida estelar”, disse Mike Barlow, cientista britânico que lidera o JWST Ring Nebula Project, grupo dedicado a estudá-la. 

Veja as novas fotos do James Webb 

A Nebulosa do Anel é uma nebulosa planetária, conjunto de restos coloridos de estrelas moribundas que lançaram grande parte de sua massa no final de suas vidas. Ela tem cores vibrantes e vem sendo estudada por astrônomos que tentam desvendar sua formação. 

Assim como os fogos de artifício, diferentes elementos químicos na nebulosa emitem luz de cores específicas. Isso resulta em objetos artísticos e coloridos, e permite que os cientistas pesquisem sua evolução, tarefa que ficou mais fácil com as novas fotos do James Webb. 

Os astrônomos encontraram na parte sul do halo externo, fora do eixo principal, várias centenas de linhas, apontando aproximadamente para a estrela central. Sua origem ainda não está clara. O projeto vai estudar a estrutura e a origem dos aglomerados e listras. Ao fundo, milhares de galáxias mais distantes e numerosas e tênues podem ser vistas, algumas com estrutura em forma de espiral.

Este outro ângulo revelou que o anel da nebulosa é composto de um grande número de pequenos aglomerados, pelo menos 20 mil. Eles contêm hidrogênio molecular e são muito mais frios e densos que o resto da nebulosa. Alguns dos aglomerados estão começando a desenvolver caudas ( no canto inferior direito), comportando-se como cometas do tamanho de planetas.

A foto feita pelo James Webb permite visualizar em detalhes os “fiapos” formados por gás quente no halo.

Neste close da parte central da Nebulosa do Anel, a estrela mais brilhante, extremamente quente, é a que está morrendo. Os cientistas explicaram que ela usou todo o combustível e agora está esfriando: “A estrela se tornará uma anã branca, um remanescente inerte de uma estrela”.

Um ano de fotos do James Webb

O James Webb foi lançado aos céus no Natal de 2021, e mandou suas primeiras fotos em julho de 2022. Seu antecessor, o Hubble, continua em atividade e manda imagens principalmente em ondas ultravioletas e ópticas. 

Já o Webb é capaz de fornecer registros muito mais precisos e de pontos mais distantes do universo, observado em luz infravermelha. 

Para comemorar o aniversário, a Nasa divulgou uma imagem do complexo de nuvens Rho Ophiuchi, a região de formação estelar mais próxima da Terra. 

 


As fotos do telescópio James Webb foram divulgadas pela NASA