Londres  –  As fotos da aurora boreal, um dos fenômenos meteorológicos mais bonitos da natureza, são um desafio para os fotógrafos profissionais e amadores, que precisam de equipamentos sofisticados, técnica e disposição para encarar longas jornadas em lugares remotos para captar as imagens multicoloridas.

Todos os anos, o site especializado em fotografia do céu “Capture the Atlas” seleciona as melhores cenas da aurora boreal em vários países.

O Northern Lights Photography of the Year não é um concurso de fotografia com vencedores, como outros que premiam imagens do céu. O objetivo é compartilhar o que o fotógrafo Dan Zafra, autor da seleção, descreve como “uma experiência do outro mundo”. 

O que é a aurora boreal

Fenômeno atmosférico que acontece nos polos do planeta quando partículas vindas do sol colidem com o campo magnético da Terra, a aurora boreal produz imagens de rara beleza, sendo reverenciada pelos fotógrafos como “Lady Aurora”.

A temporada da aurora boreal varia de setembro a abril no hemisfério norte e de março a setembro no hemisfério sul. A melhor época para ver e fotografar é durante os equinócios de outono e primavera, devido à orientação do eixo da terra.

Outro requisito para ver o fenômeno natural é um céu escuro e longe da poluição luminosa. 

Fotos da aurora boreal ao sul e ao norte do planeta

A edição 2021 selecionou as melhores imagens da aurora boreal capturadas no Canadá, Estados Unidos, Rússia, Finlândia, Suécia, Noruega, Islândia, Austrália e Nova Zelândia, por 25 fotógrafos de 13 nacionalidades.

A lista é sempre publicada em dezembro para coincidir com a época das ‘Luzes do Norte’ e o final do ano. As imagens mostram desde remotas florestas boreais do Ártico, a paisagens distantes do Hemisfério Sul, passando também por vulcões, montanhas e praias.

Na série deste ano, o fotógrafo Olli Sorvari capturou a imagem que chamou de “Chalé do Papai Noel”: uma casinha encravada na neve na Finlândia, adornada pelas luzes coloridas ao fundo, no que descreveu como uma viagem inesquecível, apesar das dificuldades: 

“Não foi uma caminhada longa, mas quando você não está usando sapatos de neve e afunda meio metro a cada passo que dá,  parece cinquenta vezes mais longo.  Na próxima vez que eu for lá, vou seguir as rotas de esqui.”

Northern-Lights-and-cabin-winter – Northern Lights Photographer of the Year / Capture The Atlas

Leia também

Prêmio Weather Photographer of the Year revela potência e beleza efêmera dos fenômenos meteorológicos


Conheça as demais imagens selecionadas em 2021

Stefano Astorri – “Norrsken over Vinteergatan”

Se aquele não for o chalé do Papai Noel, bem poderia ser a casinha vermelha que aparece na imagem capturada por Stefano Astorri na Lapônia, que foi digna de um presente de Natal.

Ele contou que havia definido como uma das resoluções para 2021 fotografar a Via Láctea de inverno e a aurora juntas. O plano foi cumprido com a ajuda da natureza.

“Era uma noite gelada e com ventos.  Fui a este local na Lapônia sueca, onde esperava ver a aurora boreal subindo bem entre dois picos de montanhas.

Quando eu estava lá, a “senhora verde” começou a dançar à minha esquerda enquanto a Via Láctea em seu “vestido de inverno” entrou na festa.

Stefano Astorri – Norrsken over Vintergatan,   Lapônia sueca

Reajustei a composição para incluir o chalé vermelho na foto também. O resultado é uma imagem que na verdade mescla 12 fotos verticais em 14 mm (cerca de 270 graus) para cobrir totalmente os dois arcos sobrepostos”. 


Leia também 

Papai Noel existe? Igreja tem que se desculpar por bispo italiano que disse a verdade a crianças

Foto: Luann Hunt/ Unsplash

 Marc Adamus – “Floresta de luzes”

“Vagar por essas florestas cobertas de gelo é uma das experiências mais mágicas, mas também uma das mais difíceis. As temperaturas costumam ficar na casa de – 30ºC Contornar a neve que pode se rachar facilmente  apenas com uma lanterna é um grande desafio.

A foto foi feita no Alasca. Aproveitei as últimas luzes do crepúsculo para preparar a tomada, e voltei ao local horas depois, quando as luzes já dançavam no céu.

Marc Adams – Forest of the light’s, Alasca, EUA

Daniel Kordan – “Murmansk”

“No inverno passado, fiz uma viagem para explorar o norte da Rússia. Atravessei o Mar de Barents e caminhei até a “extremidade do mundo” , no Ártico. A aventura foi cheia de tempestades e nevascas, mas também encontros preciosos com a ‘Lady Aurora’.

Daniel Kordan – Murmansk, Rússia

Eu capturei esta imagem na península de Kolskyi, e o mais incrível sobre esta área é que a maioria dos rios não congela, mesmo em temperaturas de -35º Celsius.

Naquela noite, meu tripé congelou enquanto eu esperava pela aurora boreal com água até os joelhos no rio. Só a tradicional sauna quente poderia me ajudar a descongelar depois disso”.


 Larryn Rae – “Tranquilo”

Eu estava em uma viagem fotográfica na Nova Zelândia quando alertas de aurora boreal começaram a pipocar em meu telefone. Começamos a procurar um lugar único de onde poderíamos tirar as fotos.

Larryn Rae – Tranquil, Lago Tekapo, Nova Zelândia

Achamos um ponto à beira do lago Tekapo, e assim que anoiteceu, já podíamos ver a cor e o formato da aurora acontecendo.

Nas horas seguintes, o céu se encheu de cores incríveis, os pilares dançavam em uma das melhores exibições que já vi em anos. A aurora boreal é o meu fenômeno noturno favorito de capturar, e esta noite foi simplesmente incrível”.


 Joshua Snow – “Quando as estrelas se alinham”

O fotógrafo contou que fez as imagens no Parque Territorial de Tombstone , em uma viagem realizada após perder o pai e sofrer um colapso emocional, parecendo estar em uma “montanha russa”.  E a aurora boreal inspirou a dar valor à vida.

Que espetáculo! A incrível majestade da aurora boreal. Luzes que se movem e dançam pelo espaço. Momentos fugazes de vibração e brilho cintilante. 

Aprenda a saborear os pequenos momentos que passam. Aprenda a fluir com o espaço e o tempo e brilhar quando a inspiração surgir. Não espere por ninguém. Não pare por nada. Brilhe com o coração e dance, porque você só tem uma vida.”

Joshua Snow – When the stars align, Tombstone, Yukon, Canadá

“Esta semana nas montanhas me deu a chance de curar, pensar e sentir mais profundamente do que há muito tempo, desacelerando para avaliar onde estou na vida e refletir sobre o futuro.

Às vezes as coisas podem parecer impossíveis. Desesperadas. Apavorantes. Mas às vezes, quando as coisas parecem mais turvas, mais desesperadoras, o universo lembra a você que o sol brilhará novamente. Como brilha em mim agora…”


Leia também

Tecnologia e poesia nas impressionantes imagens do céu escolhidas pelo Observatório de Greenwich


 Sergey Korolev  – “Show dos monstros de neve”

“No início da minha carreira, quando comecei a aprender a produzir fotografias de paisagens, não fiquei nada impressionado com as imagens da aurora boreal porque a maioria delas não continha nada na composição além das luzes e do céu.

Sempre achei chato tirar fotos apenas do céu, mas um dia vi as fotos de Marc Adamus com a aurora boreal sobre um belo cenário de montanha e fiquei realmente impressionado. Desde então encontrei uma nova paixão – fazer fotografias da aurora boreal com a paisagem e sua composição no papel principal, tendo o céu iluminado em harmonia com a cena. “

Sergey Korolev – Polar show monsters, Península de Kola, Rússia

“Nesta foto, na Península de Kola, na Rússia, também foquei nos “monstros de neve” para fazer com que a imagem parecesse uma cena alienígena”.


 Marybeth Kiczenski – “Aurora Sherbet in the apostles”

 A aurora boreal surgiu nesta noite a partir de uma combinação de erupções solares, que juntas deram um show.  “Quando vi os dados sobre a erupção, entrei no carro e dirigi oito horas para o norte para fugir das nuvens que cobriam grande parte da região dos Grande Lagos (EUA)

Marybeth Kiczenski – Aurora Sherbet in the apostles, Bayfield, Wisconsin, EUA

Fui para um local onde nunca tinha estado antes – o que é sempre uma aposta – mas funcionou! Caçar os melhores ângulos no escuro é sempre um desafio.

A quantidade de detalhes de cores nesta imagem é incrível. Eu nunca vi tanto azul-petróleo e roxo. A noite toda parecia um sonho.”


Frøydis Dalheim – “A catedral da aurora boreal”

“Esta imagem é a representação perfeita de uma das minhas melhores noites vendo a aurora boreal em Senja, norte da Noruega. A vista era deslumbrante, com paisagens cobertas de neve, montanhas espetaculares e uma aurora dançante que coloria tudo de verde.”

Froydis Dalheim – The Northern Lights Cathedral, Senja, Norte da Noruega

“Foi realmente uma noite inesquecível. As condições eram perfeitas nesta noite de março, não muito fria. A aurora boreal apareceu logo depois da minha chegada e durou muito tempo. Voltei para casa muito grato por esta experiência incrível”.


David Oldenhof – “Aurora Australis”

“A Tasmânia é o estado mais ao sul da Austrália. Além de ter belos litorais, florestas tropicais do Patrimônio Mundial e parques nacionais para fotografar, também temos a vantagem adicional de poder testemunhar as auroras boreais mais intensas do país”.

David Oldenhof – Aurora Australis, Tasmânia, Austrália

“Eu testemunhei apenas três auroras, e esta foi a mais bela e mais duradoura.  Nas outras duas ocasiões em que fotografei a aurora, a maior parte do brilho só podia ser vista pela câmera, mas nesta noite, podia ser vista sem ela.

A natureza exibiu seu brilho e eu fiquei lá, extasiado, por muitas horas. Mal posso esperar pela próxima dança de Lady Aurora”.


Aleksey R. – “As luzes do Norte”

“A natureza é misteriosa e imprevisível e muitas vezes nos deixa de boca aberta diante das inexplicáveis ​​manifestações de seu poder. Esta imagem foi capturada em fevereiro em Teriberka, no distrito de Kolsky de Murmansk Oblast, Rússia, na costa do Mar de Brents.

A noite foi especial. As condições perfeitas para capturar a aurora boreal vieram juntas: geada, gelo, lua cheia, uma noite clara e sem vento. O tempo estava extremamente difícil, a temperatura era de -34ºC, 3, mas imagens como essas fazem você esquecer o frio.

Aleksey R. – The Northern Lights, Teriberka, Rússia

“Tive uma certa visão da foto que queria e, por causa do clima extremo, tive que construir a foto em etapas. Graças ao luar, a paisagem estava bem iluminada, e eu consegui um bom equilíbrio com a exibição avassaladora das luzes.

Para aproveitar ao máximo essa oportunidade, fiz uma combinação de fotografias da aurora boreal: uma para o primeiro plano e outra para o céu. Dessa forma, é possível ver mais detalhes em primeiro plano. Foi definitivamente uma noite inesquecível”.


Virgil Reglioni – “Alta Previsão”

O norte da Noruega abriga alguns dos pontos turísticos mais bonitos e dramáticos que se pode encontrar no norte da Europa.

Em algumas noites, auroras de forte intensidade são previstas, o que leva a exibições incríveis e brilhantes que se espalham pelo céu. As baixas temperaturas formam blocos de gelo nas margens do rio, e essas estruturas ajudam a direcionar os olhos na direção certa”.

Virgil Regçopmo – Higher Prediction, , Norte da Noruega

Agnieszka Mrowka – “Fotógrafo de natureza & paisagens”

“Outra longa e bela noite na Islândia. Eu já tinha em mente o primeiro plano para a aurora boreal há algum tempo e apenas esperei que a condição perfeita viesse para que eu capturasse a imagem.”

Agnieszka Mrowka – Nature and Landscape photographer,   Islândia

“Precisava de luzes do norte fortes, um céu claro na península de Reykjanes e um clima calmo e sem vento, o que é muito raro na Islândia. A foto foi desafiadora porque tive que correr para frente e para trás para ajustar as configurações da minha câmera dependendo da força da aurora boreal.

O lugar onde eu estava também era um pouco complicado, pois não havia espaço suficiente para os meus pés e não conseguia ficar totalmente ereto. Quando as luzes surgiram, no entanto, fui capaz de congelar, olhando para o céu hipnotizante acima de mim”.


 Marshall Lipp – “Guardiães do lago”

“Depois de acompanhar o clima espacial por alguns dias, eu sabia que havia uma boa chance de as luzes da aurora boreal se apagarem durante o outono, então fui a um dos meus lugares favoritos e preparei o equipamento na esperança de que ela aparecesse.

Mashall Lip – Keeps of the lake, Lago Sakakawea, Dakota do Norte

E assim foi! Fiquei surpreso enquanto ele dançava no alto, e consegui capturar algumas imagens exatamente como eu as imaginava”.


 John Weatherby – “Redemoinho”

Era a noite de 30 de outubro de 2021, na Islândia. Eu estava no país há apenas alguns dias quando recebi o alerta de que uma grande explosão solar tinha acabado de ocorrer e que haveria uma aurora KP7 em um ou dois dias como resultado.

Eu estava co-liderando um workshop de fotografia, e o show aconteceu na primeira noite. Nem é preciso dizer que os participantes tiveram muita sorte.

John Weatherby – Whirtwind, Península Reykjanes, Islândia

“Não só porque eles receberam essa aurora de boas-vindas, mas também porque ainda estávamos em Reykjavik (perto da península) e aquele era o único lugar em todo o país com céu completamente limpo.

Esperamos pacientemente no penhasco pelas luzes enquanto observávamos um brilho sutil e esmaecido no horizonte. Em uma hora, o show começou . 

Parece clichê, mas um bom show de aurora ainda é especial, mesmo depois de vê-lo várias vezes. Cada aurora boreal é tão única quanto uma impressão digital, com formas diferentes em ritmos diferentes”.


 Herry Himanshu – “Ninguém em casa”

“A virada da noite de 3 para 4 de novembro produziu o show mais incrível que já experimentei vendo auroras boreais no Canadá. Fiquei de olho na previsão do tempo o dia todo, com dados sugerindo que ela poderia aparecer à noite.

O show começou  por volta das 19h30. Filmei em alguns locais durante a noite. Por volta das 22h, as luzes se transformaram em uma grande cortina verde, não muito interessante para fotografar. 

Herry Himanshu – Nobody home, Regina, Saskatchewan, Canadá

“Sem muita ação acontecendo, arrumei o material e rumei para casa. No caminho, porém, pude ver claramente as luzes ficando mais altas no céu, então decidi parar. 

E a partir das 00h30, foi absolutamente espetacular. Em todos os meus anos de perseguição à aurora boreal em Saskatchewan, nunca tinha visto formações tão selvagens, vívidas e velozes, e incríveis luzes roxas e pulsantes.”


Leia também

“Mundo em mudança” é o tema do prêmio de fotografia da Agência Tass em 2021; veja vencedores da última edição


Amy J. Johnson – “Narnia”

“Em março de 2021, uma tempestade solar G1 foi prevista, quando então me aventurei nesta floresta ao norte de Fairbanks. Durante anos, passei muitas noites nesta região esperando inutilmente por uma bela exibição de aurora.

Naquela noite, no entanto, cheguei ao local que já tinha definido bem a tempo para o início de um show incrível.

Os abetos negros nesta parte da floresta boreal estão cobertos  devido ao gelo e vento. Encontrar uma boa composição se tornou mais desafiador devido a um incêndio florestal que afetou a região em 2020″.

Amy J. Johnson – Narnia, interior do Alasca

“Quando calcei meus sapatos de neve para documentar a cena encantada, a temperatura era de 21º Farenheit negativos (- 29,5ºC). 

Às vezes, a aurora ficava tão brilhante que as exposições de 1 segundo da câmera eram interrompidas. Em momentos assim, prefiro deixar a câmera de lado, dançar para me aquecer e apenas curtir o show. “


 Giulio Cobianchi – “A caverna da aurora”

Esta foi uma das mais belas noites verdes que experimentei desde que passei a morar em Lofoten, na Noruega.  Foi uma longa perseguição da aurora até o amanhecer.

Entrei nesta caverna que permanece escondida em todas as estações, pois gosto de explorar locais e encontrar novas composições.”

Giulio Cobianchi – Aurora cave, Ilhas Lofoten, Noruega”

“Não é fácil fotografar de dentro da caverna. É preciso usar técnicas como focus stacking e multi-exposição. Mas mas essas são as composições que mais aprecio. Eu amo o quadro natural e o efeito tridimensional criado pela caverna”.


 Jeroen Van Nieuwenhove – “Aurora boreal vulcânica”

Um mês após a erupção do vulcão Geldingadalir na Islândia, pensei  se seria possível fotografar a aurora boreal acima da erupção. Vejo isso como o Santo Graal da fotografia na Islândia. É uma captura única na vida.

Aquela noite poderia ser uma das últimas oportunidades antes que as noites ficassem muito claras novamente. Embora a previsão da cobertura de nuvens não parecesse muito boa, decidi ir até ao vulcão em erupção e tentar a sorte.

Jeroen Van Nieuwnhove – Volcanic Aurora Borealis, Geldingadalir, Islândia

Por volta das 23h, as nuvens não estavam se movendo muito. Decidi descer a montanha, e tudo mudou. As nuvens começaram a se abrir e, de repente, percebi que a aurora estava dançando suavemente acima da erupção. 

Larguei o tripé e esperei para ver o que aconteceria, se é que aconteceria alguma coisa. Depois de cerca de uma hora, as luzes da aurora boreal ficaram muito ativas. Eu não conseguia acreditar na minha sorte! Eu tirei foto após foto enquanto olhava para o evento que se desenrolava diante de mim”.


 Frank Olsen – “Luzes da noite em Reine”

“Eu moro a 4,5 horas de carro de Reine, Lofoten, onde tirei esta foto da aurora boreal. Embora já tivesse estado lá muitas vezes, nunca tinha conseguido capturar as imagens certas.

Esta noite, alinhei todas as minhas fotos da aurora, do luar e das montanhas cobertas de neve. Quando a aurora boreal começou a aparecer, saí do carro e comecei a fazer as cenas de um show que durou a noite inteira. 

Frank Olsen – Reine Northern lights, Ilhas Lofoten, Reine, Noruega

Filip Hrebenda – “Abraçando a ‘Senhora Verde’ ”

“Este ano foi ótimo para a visibilidade da aurora boreal. Embora a melhor época para vê-la na Islândia seja o outono ao início da primavera, tirei esta foto no sudeste da Islândia já no final da primavera.”

Filip Hrebenda – Embracing the green lady, sudeste da Islândia

“Depois de três dias fotografando sem dormir, estava muito cansado, mas quando o índice KP [que mede tempestades geomagnéticas que favorecem a aurora boreal] saltou para 4, eu sabia que não dormiria novamente naquela noite. Encontrei um primeiro plano interessante, com reflexos de cores, e esperei a aurora aparecer.

De repente ela começou a dançar exatamente onde eu queria – logo acima da encosta da montanha. Foi uma longa noite, mas a adrenalina me deu energia suficiente para ficar acordado até de manhã”.


Mike Karpov – “Sob a chuva de malaquita”

Eu já sonhava em tirar essa foto há muito tempo, desde que ganhei minha primeira câmera SLR Nikon. Durante vários anos no inverno, quando as condições climáticas permitiram e eu tive companhia adequada, preparei-me e fui para o Trato Kurtyaevo, perto de Severodvinsk (Rússia).

O local é conhecido por suas nascentes de água mineral com propriedades curativas, além de uma igreja do século 18 e capelas reconstruídas recentemente. Na noite em que esta foto foi tirada, o tempo estava claro e frio na área de Kurtyaevo.

Mike Karpov – Under the malachite rain, região de Arkhangelsk, Rússia

O termômetro fora da cidade mostrava uma temperatura de -28ºC. Acima e ao redor havia a lua, estrelas, calma e um silêncio só quebrado ocasionalmente pelo estalar de uma árvore na geada.

O fotógrafo Maksim Zelyanin e eu tínhamos fotografado luzes “preguiçosas”  por várias horas, ainda sem muito brilho. 

Quando passou da meia-noite e a temperatura caiu abaixo de -30 graus Celsius, os obturadores da câmera começaram a congelar. Era hora de voltar para a cidade.

Mas assim que o equipamento foi colocado nas mochilas, feixes brilhantes voaram pelo céu, cintilando em tons de amarelo e rosa – um sinal claro de que a aurora boreal começara.

Logo o céu se iluminou com um clarão brilhante, que transbordou e se desintegrou em várias partes, retorcendo em espirais”.


 Mark Jinks –  “Dançando no gelo”

Nas noites de de 3 e 4 de novembro de 2021, experimentamos uma das mais poderosas manifestações de aurora dos últimos anos em latitudes médias.

Sempre quis capturar a aurora boreal nesta ilha. Após quatro horas de aurora medíocre, o céu finalmente ganhou vida.

A aurora dançava e dançava através da fina camada de gelo que cobria o lago, e variava em intensidade conforme as subtempestades irrompiam durante a noite.”

Mark Jinks – Dancing on ice,   Edmonton, Alberta, Canadá

Os coiotes uivavam perto como se para expressar sua aprovação. Uma coruja podia ser ouvida à distância.

Fiz esta foto da aurora boreal durante um dos períodos mais intensos, pouco antes das 2 da manhã. Ela é instável, especialmente nas latitudes médias do Canadá. Usar o Space Weather Live como um recurso e aprender como prever a aurora boreal ajuda muito.

Ser paciente e ter perseverança são fundamentais para ver uma grande exibição. Ficar aquecido, vestindo-se para temperaturas mais frias do que o esperado e ter a companhia de amigos ajuda a tornar a experiência mais confortável”.


Jacob Cohen – “Aurora sobre o Alasca”

“Com a antecipação de uma enorme tempestade solar indo para o céu do norte, a emoção de ver uma aurora boreal estava se instalando. Infelizmente para todos os observadores em Anchorage, a previsão do tempo não parecia promissora, já que estava 100% nublado em toda a região.

Depois de horas de pesquisa e tentando encontrar uma área com céu limpo, parti com outro fotógrafo, Travis Mathes, para nosso local predeterminado, a cerca de 3 horas da cidade. Chegamos às 21h30 e o céu já estava iluminando. Nós sabíamos que esta noite seria especial e, como se revelou, o show de uma vida.”

Jacob Cohen – Aurora over Alaska, Sutton, Alasca

“Ficamos na área durante a maior parte da noite e nas primeiras horas da manhã, resistindo a temperaturas de cerca de -10 ºC. Por volta das 4h, depois de fazer centenas de imagens, decidimos ir a um local onde sempre quis tirar uma boa foto da aurora boreal.

Quando chegamos, a cobertura de nuvens de Anchorage ainda estava densa, e esperamos por uma clareira no céu por mais de uma hora. Fomos brindados com alguns minutos de algumas das exibições de luz mais impressionantes que já vi.”


 Stefan Liebermann – “Espectro”

“Todo o espectro da aurora boreal sobre o icônico monte Vestrahorn, na Islândia. Que experiência de sonho! Uma tempestade geomagnética G3 (forte) atingiu a Terra em 31 de outubro de 2021 e produziu essas cores maravilhosas.”.

Stefan Liebermann – Spectrum,   Vestrahorn, Islândia

As fotos fazem parte do concurso Northern Lights Photographers of the Year do site Capture The Atlas, que oferece dicas para fotografar o céu , cursos e expedições fotográficas. 


Leia também

Mudanças climáticas e biodiversidade: os brasileiros premiados em concursos de fotografia de natureza em 2021