Londres – A palavra do ano (ou WOTY, de Word of the Year) de 2021 escolhida pelo dicionário britânico Collins não foi exatamente uma palavra, mas sim uma sigla que se popularizou no ano passado depois de virar um grande negócio para muita gente.
A “eleita” foi NFT, abreviação de “non-fungible token” (“token não fungível”, em tradução livre), que virou sinônimo de arte digital por proporcionar um selo verificado a obras produzidas de forma online.
Após o ano anterior ser marcado pelas novas experiências proporcionadas pela pandemia, a lista mais recente se divide entre palavras relacionadas ao coronavírus, mudanças comportamentais na sociedade e curiosidades da tecnologia que movimentaram as redes sociais e o mercado financeiro.
Palavra do ano é mais do que modismo
A escolha da palavra do ano, segundo a equipe do Collins Dictionary, destaca “o identificador digital exclusivo que registra a propriedade de um ativo digital”. Esses arquivos online são registrados através do sistema blockchain, a mesma tecnologia por trás das criptomoedas, como o Bitcoin.
Queridinho nas redes sociais e entre os influenciadores bilionários, a moda do NFT atraiu até o jogador brasileiro Neymar.
Como a equipe do Collins Dictionary definiu, o NFT “entrou para o mainstream e teve milhões gastos nas imagens e vídeos mais vistos” da web.
Entre os exemplos de NFTs mais famosos que foram leiloados por milhões somente em 2021 estão os clássicos memes Nyan Cat, Doge, Disaster Girl e o da garotinha Chloe.
Leia também
Vídeo “Charlie mordeu meu dedo” é vendido como NFT e vai sair do YouTube
Confira a seguir as 10 palavras (ou expressões) que, de acordo com o dicionário britânico, marcaram 2021
Ansiedade climática: o medo do futuro
A pandemia não foi a única preocupação que atingiu de forma globalizada os habitantes do planeta.
A ansiedade climática (climate anxiety, em inglês) figura entre os termos de 2021, em especial por causa da COP26, a conferência da ONU (Organização das Nações Unidas), que reuniu líderes globais para discutir ações contra as mudanças climáticas.
Leia também
As imagens e fatos mais marcantes da COP26 em Glasgow
A palavra do ano na era da vacina: duplamente vacinado
O início da vacinação contra a covid-19 foi um marco na luta contra a pandemia global em 2021.
Como a maioria dos imunizantes disponíveis eram aplicados em duas doses, o termo “duplamente vacinado” (double-vaxxed, em inglês) foi escolhido como uma das palavras do ano pelo dicionário britânico para retratar o sentimento de alívio de grande parte da população que se vacinou corretamente.
Leia também
Clima: ‘Eco-ansiedade’ e ’emergência climática’ entram para o Dicionário Oxford
Metaverso, outra palavra de um ano de novidades em tecnologia
A revolução digital continua em ritmo acelerado, mudando culturas, relacionamentos e a maneira como fazemos negócios. A troca de nome do Facebook para Meta, anunciada por Mark Zuckerberg, incluiu o metaverso na lista de palavras do ano.
Segundo o CEO da rede social, o novo nome reflete o interesse da empresa no metaverso, conceito descrito como “o sonho para o futuro da internet”, que inclui uma experiência em realidade virtual aumentada.
App de rastreamento da Covid-19 criou nova palavra em 2021
No Reino Unido, um dos passos para o retorno à normalidade foi o aplicativo de rastreamento e monitoramento de pessoas que tiveram contato com a covid-19 disponibilizado pelo governo.
O uso desse app gerou um novo termo em 2021: “pingdemic” – o nome usado pela imprensa britânica para descrever a “epidemia” de faltas no trabalho causadas pelos “pings”, os alertas enviados a usuários expostos a uma pessoa infectada com o coronavírus.
O ano que inventou uma nova palavra para o ‘brega’
Entre as mudanças comportamentais registradas pela equipe do Collins, surgiu um novo termo entre os jovens para classificar aquilo que eles acham brega: é o adjetivo “cheugy”.
O Collins Dictionary apontou a gíria como uma das plavras do ano. Ela quer dizer algo que “não é mais considerado legal ou da moda”.
Lembra ao famoso “cringe”, que também virou sensação entre os adolescentes e descreve a sensação de desconforto ao ver uma situação considerada embaraçosa.
Crypto, a nova moeda entre as palavras do ano
Assim como o NFT, outra palavra tecnológica que dominou os noticiários em 2021 foi cripto, a abreviação de criptomoedas.
O termo foi selecionado pela equipe do Collins Dictionary entre as palavras do ano, pois, embora a maioria das pessoas não entenda exatamente como as criptomoedas funciona, muitos já reconhecem a palavra como sinônimo de moeda digital.
Depois do home office, o trabalho híbrido
Antes da nova onda de Covid-19 provocada pela variante ômicron, muitas empresas começaram a substituir o home office pelo trabalho híbrido, ou seja, parte do dias no escritório alternados com dias de trabalho em casa.
A tendência é um padrão cada vez mais comum, que muitos especialistas acreditam que veio para ficar. Por isso, o Collins elegeu o termo como uma das palavras do ano em 2021.
Leia mais
Banco de imagens global revela tendência de “paz” no Brasil e no mundo
Neopronome para evitar marcadores de gêneros
Alinhado com outra tendência comportamental, o termo “neopronoun” (neopronome, em tradução livre) foi selecionado entre as palavras do ano de 2021 para representar uma nova maneira de se referir a uma pessoa sem usar seu nome e, dessa forma, abranger a linguagem não-binária.
A proposta do neopronome é justamente evitar marcadores tradicionais de gênero, como “ele” e “ela”, por exemplo.
Dessa forma, em inglês, os neopronomes incluem “xe”, “ze” e “ve”. Em português, os equivalentes seriam o uso de “e” ou “x” no final de palavras terminadas em “a” ou “o”.
Série da Netflix inspira uma das palavras do ano
A palavra “regencycore” une tradições antigas com os novos hábitos dos jovens. O termo refere-se a um estilo de vestido inspirado nas roupas usadas na alta sociedade durante o período da Regência inglesa (1811-1820).
No entanto, ele aparece como uma das palavras de 2021 por causa da série “Bridgerton”, da Netflix, que conquistou a web com os dramas amorosos das irmãs Bridgerton, que se passa na Inglaterra do início do século 19.
Leia também
Itaú é única brasileira entre as marcas mais valiosas em novo ranking global; BB sai da lista