Londres – A primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelensky, tornou-se esta semana uma figura proeminente na comunicação do governo de seu marido durante a guerra com a Rússia, já tendo ultrapassado 2,5 milhões de seguidores no Instagram.
O disparo em sua popularidade aconteceu depois da publicação de uma carta aberta à mídia global na véspera do ataque a uma maternidade em Mariupol, que deixou pelo menos três mortos e chocou o mundo.
Na carta, Olena tinha destacado justamente a crueldade da guerra para as crianças e pessoas que precisam de cuidados médicos.
No Instagram e no Telegram, mulher de Zelensky denunciou abusos
A primeira-dama e Volodymyr Zelensky são casados desde 2003 e têm dois filhos, de 9 e 14 anos.
Olena decidiu ficar na Ucrânia depois da invasão do país pela Rússia, e na segunda semana da guerra deixou a discrição de lado para usar massivamente as redes sociais, reforçando o esforço de comunicação do governo ucraniano.
Logo após o ataque à maternidade, na quarta-feira (9), Olena Zelensky postou no Instagram imagens do hospital destruído, e reforçou os apelos do marido pelo fechamento do espaço aéreo ucraniano:
“Pedimos à OTAN que feche nosso céu em nome de toda a Ucrânia. Pedimos que algo assim nunca mais aconteça, mas não estamos sendo ouvidos. Enquanto isso, os aviões inimigos estão descaradamente assassinando civis.”
Na carta aberta à mídia, publicada no Telegram e no Instagram um dia antes como resposta a vários pedidos de entrevista, a mulher de Volodymyr Zelensky lamentou a morte de crianças na guerra, citou alguns dos que morreram e salientou que agora existem várias dezenas de crianças “que nunca conheceram a paz em suas vidas”.
Talvez o mais aterrorizante e devastador desta invasão sejam as vítimas infantis. Alice, de oito anos, que morreu nas ruas de Okhtyrka enquanto seu avô tentava protegê-la.
“Ou Polina, de Kiev, que morreu no bombardeio com seus pais. Arseniy, de 14 anos, foi atingida na cabeça por destroços e não pôde ser salva porque uma ambulância não conseguiu chegar a tempo por causa dos intensos incêndios.
“Quando a Rússia diz que ‘não está travando uma guerra contra civis’, eu lembro os nomes dessas crianças assassinadas primeiro.
“Nossas mulheres e crianças agora vivem em abrigos antiaéreos e porões.
Vocês provavelmente já viram essas imagens das estações de metrô de Kiev e Kharkiv, onde as pessoas se deitam no chão com seus filhos e animais de estimação – estão presos lá embaixo.
“Estas são apenas consequências da guerra para alguns, para os ucranianos é agora uma realidade horrível.
Em algumas cidades, as famílias não podem sair dos abrigos antiaéreos por vários dias seguidos por causa dos bombardeios indiscriminados e deliberados de infraestrutura civil.
“O primeiro recém-nascido da guerra viu o teto de concreto do porão, seu primeiro suspiro foi o ar acre do subsolo, e ele foi recebido por uma comunidade presa e aterrorizada.
Neste momento, existem várias dezenas de crianças que nunca conheceram a paz em suas vidas.
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Olena Zelensky também se referiu no Instagram e no Telegram a doentes e pacientes de hospitais como a maternidade que sofreu o ataque na Ucrânia nesta quarta-feira. Na segunda-feira, ela havia anunciado em sua conta no Instagram um acordo para transferir pequenos pacientes de câncer para a Polônia.
“Esta guerra está sendo travada contra a população civil, e não apenas por meio de bombardeios.
“Algumas pessoas precisam de cuidados intensivos e tratamento contínuo, que não podem receber. Quão fácil é injetar insulina no porão?
Ou receber medicação para asma sob fogo pesado? Sem mencionar os milhares de pacientes com câncer cujo acesso essencial à quimioterapia e radioterapia foi agora adiados indefinidamente.
“Nas redes sociais, comunidades locais estão cheias de desespero.
Muitas pessoas, incluindo idosos, doentes graves e portadores de deficiência estão longe de suas famílias e sem qualquer apoio. A guerra contra essas pessoas inocentes é um duplo crime.”
Leia a carta completa publicada no Instagram de Olena Zelensky
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