Londres – Quem aproveitou as festas de fim de ano para fazer imagens da família ou de viagens e se preocupa com o futuro do planeta deve tomar cuidado com os cliques repetidos para achar o melhor ângulo, pois o armazenamento de fotos e vídeos na internet é visto como um dos vilões para quem quer ser mais sustentável, inclusive online.
Um estudo do Instituto de Engenharia e Tecnologia (IET) do Reino Unido revelou o que os pesquisadores classificaram como “hábitos sujos”: usuários das redes sociais do país contribuem com mais de 355 mil toneladas de CO2 todos os anos apenas pelo armazenamento de fotos repetidas.
A pesquisa aponta também outros chamados “hábitos sujos que os internautas podem evitar pensando na sustentabilidade ambiental, como manter vários dispositivos ligados ao mesmo tempo.
O peso das atividades online para um mundo sustentável
O Instituto de Engenharia sugerem que a pegada de carbono dos gadgets, o uso da internet e os sistemas essenciais que dão suporte a essas ferramentas respondem por 3,7% das emissões globais de gases do efeito estufa, equiparando-se ao patamar do setor de aviação.
E prevê que, com base nos hábitos de uso de tecnologia, essas emissões devem dobrar até 2025. O estudo quantificou os “hábitos sujos” mais frequentes:
- Armazenamento de fotos, deixando de excluir imagens duplicadas dos telefones (69%);
- Usar dois ou mais dispositivos ao mesmo tempo (quase 60%);
- Streaming passivo – acompanhar outro dispositivo enquanto faz streaming de conteúdo de TV/vídeo (52%);
- Não limpar arquivos de serviços de mensagens, como WhatsApp, Facebook, Messenger (63%);
- Manter mensagens de texto antigas (56%).
Além das fotos e vídeos, as sessões de streaming passivo também foram destacadas como um desperdício de grandes quantidades de dados – aumentando as pegadas de carbono “invisíveis”.
A maioria das pessoas (73%) faz streaming regularmente por meio de serviços como Netflix, e mais da metade (52%) admite que muitas vezes sua atenção está realmente no smartphone, não no que está assistindo.
O IET estima que uma hora de streaming de vídeo gere uma pegada de carbono de aproximadamente 55g de CO2.
Leia também | De quem é a culpa? 10 mitos sobre mudanças climáticas desconstruídos por especialistas
Dicas para ser mais sustentável online
O IET listou dicas simples para quem quer ser sustentável online, com base no que os participantes da pesquisa relataram a respeito de seus hábitos.
- Armazenamento de fotos: crie o hábito de excluir todas as suas fotos duplicadas. Não há problema em aperfeiçoar a foto perfeita para o Instagram, mas simplesmente excluir as fotos indesejadas por fazer uma grande diferença na sua pegada de carbono.
- Faxina na Nuvem: Limpe regularmente seus arquivos, incluindo mensagens de email, para economizar espaço de dados e dessa forma reduzir suas emissões.
- Limpe o WhatsApp e as mensagens de texto: as mais antigas provavelmente não precisam ser guardadas. O IET recomenda uma boa faxina e a exclusão de grupos antigos.
- Câmera e vídeo: tenha um dia de ‘vídeo off”’ quando puder. E se você não precisa da câmara ligada para reuniões online, desligue-a para consumir menos dados.
- Telefone: ao assistir TV ou streaming, coloque o telefone de lado. Você aproveitará mais o que assiste e reduzirá suas emissões de carbono com um simples movimento.
- Reprodução automática, desligado: Desligue a função ‘reprodução automática do próximo episódio’ nos seus serviços de streaming e use o temporizador em seus dispositivos se você ouvir música ou podcasts enquanto adormece.
Leia também | Quer ser mais sustentável em 2024? Veja cinco dicas fáceis e acessíveis
