Londres – Um premiado jornalista investigativo da rede americana ABC News declarou-se culpado de posse e transporte de imagens de pornografia infantil, em uma audiência realizada nesta sexta-feira no tribunal de Alexandria, no estado da Virginia. 

Vencedor de um prêmio Emmy, James Gordon Meek, de 53 anos e pai de dois filhos, cobria a área de segurança nacional para a emissora, com reportagens importantes em guerras e conflitos civis. 

Em abril do ano passado, o apartamento dele, em Arlington, foi invadido pelo FBI. Foram encontradas dezenas de imagens e vídeos de pornografia infantil em um notebook, discos rígidos e smartphones, que ele colecionava desde 2014.

Jornalista se passava por menina para pedir imagens de pornografia infantil 

Em fevereiro deste ano, o jornalista foi indiciado por três crimes de pornografia infantil (posse, transporte e distribuição de imagens).

Segundo a acusação, ele se passava por uma menina menor de idade para solicitar fotos sexualmente explícitas pelas redes sociais. 

Meek está sob custódia federal, depois de a liberdade sob fiança ter sido revogada por um juiz que considerou-o um risco para a sociedade. 

A confissão desta sexta-feira foi parte de um acordo judicial capaz de reduzir sua pena de prisão, que pode variar entre cinco e 20 anos. A acusação de distribuição das imagens foi retirada pela promotoria.

Além de sua trajetória em veículos de imprensa, o jornalista trabalhou no Comitê de Segurança Interna da Câmara dos Deputados americana, atuando como consultor de contraterrorismo e investigador. 

Dropbox denunciou jornalista às autoridades

A operação na casa de James Gordon Meek  levantou inicialmente suspeitas de que os agentes federais estivessem em busca de provas relacionadas ao seu trabalho como jornalista.

Mas isso foi desmentido em seguida, quando as acusações de pornografia infantil foram formalizadas. 

O FBI iniciou a investigação a partir de uma denúncia da Dropbox, que encontrou vídeos mostrando abuso sexual de crianças na conta do jornalista e informou à polícia. 

Em um deles, Meek mostra a duas outras pessoas, em uma conversa online, imagens de uma criança sendo abusada. Em outro, ele fala do desejo de abusar sexualmente de crianças. 

O jornalista deixou a rede ABC logo após a busca em sua casa. Inicialmente ele se declarou inocente, apesar das evidências materiais. 

O advogado de defesa alegou que a invasão do FBI na casa de Meek obteve evidências ilegalmente, mas os argumentos foram rejeitados. 

O julgamento do caso está marcado para setembro. 

Caos de imagens pornográficas abalaram TVs britânicas 

Jornalistas reconhecidos de duas emissoras de TV britânicas também viraram alvo de denúncias relacionadas a imagens de pornografia nas últimas semanas. 

Huw Edwards, da BBC, foi acusado de pagar para obter fotos de uma pessoa jovem, que segundo a família seria menor de idade quando as trocas começaram. Mas a polícia não abriu inquérito por não ter encontrado prova de crime. 

Nesta semana foi a vez de Dan Wootton, da GB TV, que teria usado um pseudônimo para oferecer altas somas a colegas de trabalho em troca de imagens de sexo explícito.